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Lindemberg admite ter atirado contra Eloá

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O réu Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel, 15 anos, após mantê-la como refém por cerca de cem horas em outubro de 2008, afirmou durante seu depoimento nesta quarta-feira (15) que o cárcere era encarado como uma "brincadeira" e assumiu ter atirado na vítima. Esta é a primeira vez que Lindemberg fala sobre o caso.


"Infelizmente foi uma vida que se foi, mas em alguns momentos levamos aquela situação como se fosse uma brincadeira", disse no fórum de Santo André (Grande São Paulo), onde acontece o terceiro dia de seu julgamento.

Sobre o momento da invasão da polícia, quatro dias depois do início do cárcere, Lindemberg assumiu que atirou em Eloá, mas apenas após a ação policial. A afirmação contraria a versão dos policiais, que alegam ter invadido o local quando ouviram um disparo. "Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei [contra ela]. Foi tudo muito rápido. Pensei que ela fosse pegar minha arma", afirmou, dizendo não se lembrar quantos disparos fez e nem que atirou em Nayara Rodrigues, amiga de Eloá também feita refém. "Não posso dizer se atirei ou não na Nayara. Eu não me lembro."

O réu negou que tenha tentado atirar em um dos policiais que participava das negociações e afirmou que a única pessoa que foi feita refém foi Eloá --os amigos dela teriam ficado por opção, segundo ele.


Lindemberg  é acusado de cometer 12 crimes, entre eles homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (contra Eloá), tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparos de arma de fogo. Se for condenado por todos os crimes, a pena, somada, pode ser superior a cem anos de prisão.

Os dias de cárcere

Lindemberg afirma que entrou no apartamento apenas para conversar com Eloá, com quem ele manteve um relacionamento amoroso por dois anos e três meses. Segundo ele, eles haviam retomado o namoro cinco ou seis dias antes, mas a família dela ainda não sabia. "A Eloá ficou assustada ao me ver", relembrou.

O réu alega que foi surpreendido com a presença dos amigos dela no apartamento quando ele chegou ao local e que só estava armado porque estava recebendo ameaças. "Estava armado pois dias antes recebi ameaças de morte pelo telefone. Era para garantir minha segurança", declarou, sem dar detalhes.

"Mandei os três saírem do apartamento pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram", disse, referindo-se a Nayara Rodrigues, Victor Lopes de Campos e Iago Oliveira, que estavam reunidos para fazer um trabalho de escola --todos foram feitos reféns no primeiro dia do cárcere.

Fonte: G1

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