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Carnaval: Homem diz que comprou acesso

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Tiago Faria, o responsável por rasgar as notas do carnaval de São Paulo, declarou nesta quinta-feira (1º) ao "Jornal da Globo" que comprou, no sambódromo, a pulseira de acesso a área restrita aos diretores das escolas de samba.

Tiago negou ter sido designado para destruir a apuração do carnaval. "Foi a indignação. Foi a troca de jurados dias antes", disse ele durante a entrevista.

"Comprei na frente do sambódromo", disse ele, que declarou ainda que vai aguardar a pena. "Sei que eu errei. Vou pagar pelo que eu fiz. Estou à disposição da Justiça. Tenho que aguardar a minha pena", completou.


CONFUSÃO

O tumulto ocorreu durante a leitura das últimas notas do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, no Anhembi (zona norte), na terça-feira (21). As duas últimas notas foram roubadas e rasgadas, o que interrompeu o processo.


A apuração já havia começado com clima tenso, após um atraso de mais de 20 minutos. Representantes das escolas foram convocados para uma reunião a portas fechadas, que tratou de uma troca de jurados.

Segundo a Liga, jurados dos quesitos samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira foram substituídos por suplentes na quinta-feira (16), um dia antes do início dos desfiles. Um dos jurados disse que não podia participar porque seria jurado no Rio, e o outro alegou motivos "emocionais". Segundo a Liga, a troca foi informada por e-mail.

O presidente da Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, reclamou da troca dos jurados e disse que isso deixou as escolas indignadas. "Nós não vamos aceitar isso. Estão roubando escolas, beneficiando essa daí [Mocidade], que só tira 10", disse.

No momento da interrupção, a Mocidade Alegre liderava a apuração e era a única com notas 10 em todos os quesitos avaliados. Faltavam ser lidas as duas últimas notas do último quesito. Depois, a escola foi declarada campeã do Carnaval.

A confusão começou quando Neguitão e outros dirigentes tentaram invadir o palco onde as notas eram lidas, mas foram contidos por seguranças.

Enquanto isso, Tiago Faria, 29, da Império de Casa Verde, driblou a confusão, agrediu o locutor da apuração com um chute, pegou o envelope com as notas e o rasgou. Ele conseguiu sair do palco, mas foi preso depois. A escola nega que ele fizesse parte da diretoria, mas imagens feitas antes da confusão mostram ele sentando na mesa reservada aos diretores.

Também foi preso Cauê Ferreira, 20, da Gaviões da Fiel, que chutou os troféus que estavam no palco. À polícia, os dois disseram que havia um acordo para que nenhuma escola fosse rebaixada este ano, mas como nada foi anunciado até o fim da apuração, resolveram agir.

Policiais militares que estavam no local tentaram proteger os locutores e jurados, mas a confusão foi generalizada. Integrantes de outras escolas também invadiram a área.

O tumulto dentro do Anhembi, onde ocorria a apuração, se espalhou e acabou se tornado vandalismo. Torcedores da Gaviões invadiram a marginal Tietê e chutaram placas da cerca do sambódromo enquanto seguiam em direção à quadra da escola.

Um carro alegórico da Pérola Negra que estava na dispersão do sambódromo, onde estavam as alegorias usadas nos desfiles, foi queimado. Imagens mostraram homens com a camisa da Gaviões provocando o incêndio. A polícia disse que tentaria identificar os autores a partir destas imagens.

Fonte: G1
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