A Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, garantiu que as denúncias contra juízes no Estado serão apuradas e elogiou a atuação da desembargadora Eulália Pinheiro, atual corregedora do Tribunal de Justiça do Piauí.

"A Corregodoria do Piauí está sendo administrada por uma desembargadora muito séria, severa, da mesma linha que eu", destacou.

A ministra ressaltou que a venda de sentença é um dos crimes mais graves que a Corregedoria tem recebido em todo o país, mas, segundo ela, é praticado por uma minoria. "Isso é absolutamente pontual, mas a venda de sentença ainda existe e precisa ser combatida", enfatizou.

Calmon acrescentou que não vai se intimidar com as críticas, e se comparou a uma "mãe" para o Judiciário. "Eu acho que sou aquela mãe que quer corrigir, porque quer bem. E é a partir daí que vamos ter a correção. As mães concessivas dão erradas", disse a corregedora, que veio para a capital piauiense receber comenda de mérito e participar da inauguração do Centro de Pacificação Social da Justiça Federal.

Atacada por recentes declarações de que quer "exército do bem contra juízes vagabundos", Eliana Calmon disse que trabalha para que seu maior legado seja o de combater a magistratura corrupta. Em Teresina, ela disse ainda que a Justiça, para funcionar, precisa dar um bom exemplo.

A ministra voltou a afirmar que as corregedorias não têm autonomia para investigar os juízes no próprio Estado. "É muito difícil julgar um juiz que você conhece, que você estudou com ele, que foi ao batizado dos filhos dele. É complicado. Nem a frieza da Suíça seria suficiente para isso. Mas é preciso que haja imparcialidade nesses julgamentos", disse a ministra.