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'Se quiser não preciso trabalhar por dois anos'

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Você se lembra da segunda colocada da 8ª edição do "Big Brother Brasil", exibido em 2008? Provavelmente não. Mas ela não se perdeu como tantos outros participantes que passaram pelo reality show e depois sumiram dos holofotes. Aos 28 anos, a piauiense Gyselle Soares está trilhando sua carreira como atriz e, segundo ela, está prestes a pisar no glamouroso tapete vermelho do Festival de Cinema de Cannes como uma das estrelas do evento.


Em maio, chega aos cinemas franceses o longa-metragem "Dépression et Des Potes", protagonizado pela ex-BBB, modelo, atriz e apresentadora. O filme, segundo a Gyselle, estará no festival  - a lista dos selecionados para participar do evento ainda não foi divulgada. No longa, ela interpreta Thalia, uma dançarina brasileira de uma casa de espetáculos. "É um papel importantíssimo na minha carreira. O papel foi escrito especialmente para mim", diz Gyselle.


Determinada, Gyselle conta que não tem vergonha de seu passado na televisão e que, aos 28 anos, teve muitas conquistas, entre elas fazer hoje o que gosta: atuar. Até chegar aqui, ela passou pelo BBB e por dois programas franceses, o reality “Bikini Bresilien”, em que dava dicas para aspirantes a modelos de biquíni, e o seriado “Camping Paradis”. "O segredo é trabalhar, não é ficar indo toda hora para a praia. Eu vou onde o trabalho me chama, e quero fazer o que gosto: estar no teatro, no cinema."


Na conversa, Gyselle ainda fala sobre cachê - "Com o que ganhei nesse filme, se eu quiser, não preciso trabalhar por uns dois anos" -, sobre as dificuldades e as diferenças de trabalhar no Brasil e na França, e revela que, pela primeira vez, levará a mãe e a irmã para conhecer a vida que tem por lá. "Eu nunca tinha tido grana para isso."

Confira o bate-papo...

Como foi participar do filme “Dépression et Des Potes”?
Queriam uma brasileira que falava muito bem inglês, mas que tinha um pouco de sotaque. Serei uma dançarina de uma casa de espetáculo, tipo Moulin Rouge, sabe? É um filme muito bacana. É um papel importantíssimo na minha carreira. Pela primeira vez, eu me sinto muito bem em uma produção. Antes eu não gostava de me ver nas imagens, mas agora eu gosto. O papel foi escrito especialmente para mim. Me senti em um ambiente tão família e fui superelogiada.

Esse é o seu primeiro grande papel?
Essa oportunidade mudou minha vida. Tudo é questão de tempo, eu não tenho pressa. Eu estou realizando um sonho de ser protagonista. Imagina, de um filme francês?

Como aconteceu a oportunidade de interpretar na França no teatro "Dona Flor"?
Sempre fui apaixonada pela história de Jorge Amado. É meio complicado quando você não é muito conhecida porque um projeto de teatro é muito caro. Mas eu comentei com o produtor desse filme que eu estou lançando agora. 'Dona Flor' é uma peça que já teve sua versão na Itália, Argentina e na Espanha. E é uma peça muito atual, né? De um cara alcoólatra que gasta dinheiro no jogo. Aí eu emprestei o livro para ele, em francês, e ele adorou. É uma história muito bacana. E o parisiense gosta de comédia. Eles curtem muito fazer comédia. Então deu certo, vai ser ótimo.

E como vai ser esse laboratório que você veio fazer por aqui?
Vim para cá para entender mais sobre a personagem, sobre o figurino, vou para Salvador para comprar algumas peças de roupas, vou a museus. Tudo para levar referências para eles. Como sou a brasileira da peça, queria dar ideias e participar do projeto. Mas eu não sou produtora, só estou dando ideias. E no segundo semestre, começamos a fazer a leitura da peça.

 É o seu primeiro papel cômico. Está gostando?
Não é fácil fazer comédia, é muito mais difícil. Ser engraçado não é fácil. Para fazer alguém rir, tem que ser muito bom. A maioria dos meus papéis até agora foram dramáticos.

Você se incomoda em ser reconhecida por sua participação no BBB?
Não escondo o meu passado. O BBB não me prejudicou, eu ganhei dinheiro, comprei um apartamento para a minha mãe. Fui eu quem me inscrevi no programa, como eu vou fazer uma coisa pra sentir vergonha depois? Eu venho de uma família muito pobre. O BBB me trouxe dinheiro e visibilidade.

Sempre quis ser famosa?
Famoso não ganha dinheiro. Tem que trabalhar. O segredo é trabalhar, não é ficar indo toda hora para a praia. Eu vou onde o trabalho me chama, e quero fazer o que gosto, estar no teatro, no cinema. Tenho 28 anos e consegui muitas coisas, entre elas é estar fazendo o que eu quero. Hoje em dia é muito relativo essa coisa de ser famoso.

Como é se dividir entre França e Brasil? 
Não moro em Paris, eu moro lá e aqui. Eu tenho um apartamento em Paris e um no Rio de Janeiro. Venho quatro vezes por ano pra cá, mas se precisar ficar um ano lá, eu fico. E quando estou aqui faço testes para novelas e fico com a minha família, que é de Teresina.

Para quais novelas você fez teste?
 Não posso falar.

Qual país você acredita que existe mais exigência?
Lá tem mais cinema, mais produções e é onde eu quero estar agora. Lá é mais delicado. Tem gente do mundo inteiro. Já concorri com espanholas e argentinas para um papel. Para viver Thalia, tive que me preparar por um ano para três meses de filmagens. Um preparador ia à minha casa três vezes por semana. Mas acho que se eu quiser ficar aqui no Brasil, é só querer e correr atrás de trabalho.

Onde dá para ganhar mais dinheiro?
Em Paris a vida é diferente. As produções são bem maiores, não fazem cinema como aqui. Lá são superproduções. No Brasil é diferente. Tem ator que tem até que colocar dinheiro porque o custo é muito alto. Então, eu nunca vou ganhar aqui o tanto que ganho lá. É normal, entendeu? Não vou mentir. Com o cachê que ganhei nesse filme, se eu quiser, não preciso trabalhar por uns dois anos. E vou poder me dedicar mais aos estudos e à loja que eu abri em Teresina. Mas para ter meu sonho realizado como atriz, eu faria esse filme mesmo se fosse gratuito.

Em Paris as pessoas te param na rua para tirar foto com você?
Claro que já sou conhecida pelos programas que eu já fiz na televisão. Depois desse filme a visibilidade na Europa e nos Estados Unidos vai aumentar e com certeza o cachê vai aumentar também.

Você sente que está representando o Brasil lá fora?
Com certeza estou representando. Lá eu sou uma atriz brasileira fazendo cinema. E eles também gostam de mim por esse motivo, pela minha alegria, meu lado exótico, eles dizem “essa menina traz o sol”. Tenho orgulho de ter essa oportunidade. Para mim é genial.

Quando você volta para Paris?
Em abril. Estou tendo a oportunidade de levar a minha mãe e minha irmã para lá pela primeira vez. Eu nunca tinha tido grana para levá-las, mesmo estando em Paris há 10 anos.

Fonte: IG


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