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UFPI: Chapa de oposição lança carta aberta contra atual reitor

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O candidato a reitor da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pela chapa de oposição, Edwar Castelo Branco e o candidato a vice, Luis Ayrton Santos, enviaram uma carta aberta de repúdio à chapa de continuidade à atual gestão. 

Luiz Ayrton , Cassio Borges (DCE) e Edwar Castelo Branco

No documento, a oposição afirma que o atual reitor, Luiz dos Santos Júnior, está dando um “golpe” na democracia.  Segundo eles, o gestor está “afrontando a vontade eleitoral da comunidade ufpiana”.

Confira nota na íntegra:

"Contra o golpe do Reitor, conclamamos à mobilização e à luta!

Na manhã desta quinta feira (22/03) o reitor que se notabilizou pelo destroçamento da institucionalidade na UFPI desferiu o golpe mais profundo e intolerável contra a democracia e mesmo contra a história do povo brasileiro. Diante de conselheiros atônitos, acuados e intimidados, o reitor Luiz dos Santos apresentou sua fórmula para garantir que, mesmo sem votos, o seu sucessor seja quem ele quiser: decretou que os quase trinta mil estudantes e os cerca de três mil professores e servidores não poderão votar. A escolha será feita por um colégio eleitoral, plenamente controlado pelo reitor e nos moldes dos famigerados colégios eleitorais da ditadura militar.

O caso é muito grave porque, além de afrontar a vontade eleitoral da comunidade ufpiana, atira ao lixo, sem rodeios, uma longa trajetória de lutas e vitórias, pela qual muitas vidas foram perdidas. Vamos tolerar passivamente esta afronta aos nossos direitos e à nossa memória? Vamos nos calar diante deste golpe que nos solapa um direito fundamental, que é o direito de votar? Seremos, nesse momento tão grave uma “universidade nada universo” que aceita, acuada, o avanço tresloucado de uma ditadura que parece não ter limites?

Certamente não. A história do Brasil já nos legou lições tão claras que não há como duvidar: contra o avanço autoritário, o único remédio é a mobilização e a resistência. Nós seguiremos na nossa marcha cívica pela UFPI. Iremos a todas as salas de aula de todos os Centros e Campi e, com a responsabilidade de quem precisa dar uma lição de cidadania, vamos falar com cada um dos professores, alunos e servidores da UFPI. Olhos nos olhos, vamos convocar a todos para escrevermos, juntos, plural e coletivamente, esta página que contará a história de uma resistência que obrigará o avanço autoritário a recuar. A lição de hoje é luta!

Aguardaremos a urgente convocação de eleições pelas entidades – ADUFPI, SINTUFPI e DCE – e a elas vamos aderir. Vamos exigir que o candidato do Reitor,  em salvaguarda de sua biografia, venha para a disputa conosco. E vamos, acima de tudo, avolumar a resistência em torno da bandeira “Reitor eleito, Reitor empossado!”.

Hoje não estamos pedindo votos. Pedimos indignação, capacidade de resistência e salvaguarda dos nossos direitos mais elementares, como o direito de votar. Hoje não pedimos votos, pedimos a memória de um tempo em que, quando mais pesou sobre o Brasil a arrogância autoritária dos ditadores, foi das universidades que emergiu a resistência libertadora.

Por uma UFPI livre, plural, democrática e universalista!"


Da Redação
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