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Presos mantêm mais de 100 reféns em SE

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A rebelião no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju, que foi iniciada por volta das 14h do domingo (15), durante a visita de um dos pavilhões da unidade prisional, prossegue na manhã desta segunda-feira (16). Durante a madrugada, o clima continuou tenso e sem acordo. Neste momento, os rebelados ocupam as coberturas dos pavilhões tentando conversar com os familiares que estão pedindo o fim da rebelião.

Rebelados ocupam as coberturas dos pavilhões (Foto: Allan de Carvalho /SSP-SE)

De acordo com o negociador de crise da Polícia Militar de Sergipe, capitão Marcos Carvalho, não houve avanços nas negociações porque as exigência não foram cedidas.

Todos os 476 internos estão rebelados e os 128 visitantes continuam no interior do presídio, bem como três agentes que permanecem reféns.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou que três agentes foram feitos reféns durante a rebelião. "A ação rápida dos policiais e agentes do Departamento do Sistema Penitenciário do Estado de Sergipe (Desipe), e dos próprios agentes de disciplina da unidade, evitou que outros colaboradores fossem rendidos pelos presos".

Durante algumas horas os internos se utilizaram de materiais metálicos e madeira para destruir parte das instalações internas do presídio. Depois de terem tomado basicamente todas as áreas internas do Compajaf, os presos passaram suas principais exigências, que foram entregues ao capitão da Policia Militar, Marcos Carvalho, especializado em gerenciamento de crises.


Colaboradores e servidores da Sejuc passaram informações para parentes dos internos, que se reuniram na frente da unidade prisional para acompanhar o desfecho da rebelião.

Uma comissão formada por um grupo que está à frente da revolta, se reuniu com a cúpula de gerenciamento de crises da Secretaria da Segurança Pública, formada pelo capitão Marcos Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o secretário da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e o promotor da 7ª vara criminal, Luiz Claudio Almeida Santos, desde a noite do domingo até a madrugada da segunda, mas nenhuma informação sobre a conversa foi divulgada . Apesar do encontro, o clima continua tenso no local e a rebelião segue.

Durante as negociações os presos revelaram que estavam cansados das sessões de tortura que ocorrem no interior do complexo. Eles informaram que iriam entregar uma lista com nomes dos envolvidos nos maus tratos. Além disso, pediram que a direção do presídio fosse mudada e que houvesse mais respeito com as mulheres nos dias de visita.

A energia que havia sido cortada por volta das 20h30 pela polícia em todo o complexo, foi reestabelecida às 23h30, logo após a reunião.

No início da noite deste domingo (14), reforço policial foi solicitado, e mais homens da Polícia Civil se juntaram aos 130 de diversos núcleos da Polícia Militar que já estavam no local desde o início da tarde. Viaturas do Grupamento de Choque e do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foram retiradas das imediações. 

Não foi revelado se a medida foi para atender a um pedido dos rebelados. Equipes da Companhia de Radiopatrulha (RP) e Policiamento de Trânsito (CPtran), Grupamento Tático Aéreo (GTA), e Corpo de Bombeiros permanecem posicionadas em frente ao complexo. Por volta das 19h30, eles destelharam parte do complexo e subiram nos telhados, de onde acenam para familiares que estão em frente à unidade.

Um dos agentes ficou ferido ao pular o muro de 5 metros para fugir logo no início da rebelião. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe, na Zona Oeste da capital sergipana, com ferimentos nas pernas e na coluna em decorrência da queda logo no início da rebelião. Por volta das 15h, agentes que estavam de folga receberam o chamado para retornar ao trabalho.

O clima continua tenso e os detentos estão armados com escopetas, que foram roubadas da sala de armas, bem como uma pistola de choque, além de armas brancas de fabricação caseira. Durante a tarde, diversos colchões foram queimados pelos internos, em vários pontos da unidade. A gritaria no interior do complexo podia ser ouvida facilmente no lado de fora da unidade.

Negociações

Um núcleo de negociação formado pelo capitão Marcos Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o secretário da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e o promotor da 7ª vara criminal, Luiz Claudio Almeida Santos, está em uma área de segurança onde negocia através de rádios comunicadores, com um grupo de presos que estão no comando da rebelião.

Às 18h15, os internos informaram ao negociador que o motivo da rebelião seria os constantes espancamentos sofridos por eles, por parte de policiais. Eles disseram ainda que irão entregar uma lista com todos os nomes dos envolvidos nos casos de agressão, ao promotor de justiça Luiz Claudio Almeida dos Santos.


Fonte: G1
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