A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) informou que uma fiscalização na região da Lagoa do Portinho não localizou pontos de desvio de água de propriedades próximas. Em comunicado divulgado para a imprensa nesta quinta-feira (8), o órgão afirmou que a lagoa secou por completo e não há sequer água para ser desviada. Para piorar, o volume de chuvas deste ano não deve encher o reservatório.
Imagens atuais mostram Lagoa do Portinho praticamente seca (Foto: TV Cidade Verde/Reprodução)
Há quase um mês, reportagem da TV Cidade Verde em Parnaíba mostrou a situação da lagoa, cartão postal do litoral piauiense. Depois disso, surgiram denúncias de que a água das rios Portinho e Marruás estariam sendo desviadas, mas a Semar informou que os dois não possuem água há três anos. As barragens que existiam para piscicultura também secaram.
“A Semar já realizou fiscalização nas propriedades que ficam no entorno da lagoa para verificar se está havendo o desvio de água, conforme foi noticiado pela imprensa, porém, foi constatado que isso não existe, até porque não tem água para barrar. A lagoa secou integralmente. Está tudo seco na região”, disse a bióloga Roseane Galeno. A água que ainda resta no rio Portinho seria do movimento das marés.
De acordo com a Semar, a última cheia da Lagoa do Portinho ocorreu em 2009, quando o volume de água foi cinco vezes o esperado. Desde então, a situação é de estiagem. E a previsão do tempo é de que as chuvas deste ano não serão suficientes para encher a lagoa novamente.
“Para a região Norte (período chuvoso de janeiro a maio), tem a maior tendência à ocorrência de chuvas variando de normal a abaixo da média histórica. Anualmente, é esperando o registro de 1.600 milímetros de chuva naquela região. Fevereiro e Março são os meses de maior registro de chuvas no litoral, mas infelizmente, não será o suficiente para encher a lagoa”, alerta a meteorologista Sônia Feitosa.
Providências
Ziza Carvalho, que assumirá o comando da Semar em fevereiro, já se informou sobre a situação não só do Portinho, mas das lagoas Sobradinho, Jaboti, Mutuca e Camurupim, também vítimas da estiagem. O futuro gestor prometeu monitorar o sistema de lagoas como um todo, tanto no controle do uso da água como na contenção das dunas que ameaçam comunidades no litoral do Piauí.
“Tenho conhecimento que já foi feito um trabalho de revitalização, mas certamente era para ter tido continuidade no monitoramento das dunas. Novas fiscalizações serão feitas na região e então, tomaremos as providências que visem minimizar a situação. Isso considerando, também, que várias comunidades daquela região estão enfrentando sérios problemas”, declarou.
Da Redação
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