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Engenheira é agredida por namorado em Pedro II; jovem foi mordida e arrastada no chão pelos cabelos

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Por Adriana Magalhães

A engenheira Danielle Barroso, de 25 anos, viveu momentos de terror ao lado de uma amiga no domingo (16). Ambas foram agredidas pelo, agora, ex-namorado de Danielle, após uma discussão iniciada em uma hamburgueria na cidade de Pedro II, localizada a cerca de 205 quilômetros de Teresina. O ex-namorado é o agente administrativo Valdevan Furtado, funcionário terceirizado do governo do Estado que atuava na delegacia de Pedro II, mas foi removido para outro órgão.

Danielle relatou as agressões sofridas em suas redes sociais para encorajar outras mulheres a denunciar seus agressores. Ela também conversou com o Cidadeverde.com e detalhou o ocorrido.

Um grupo de seis amigos, incluindo Danielle e o ex-namorado, esteve na cidade de Milton Brandão no último domingo (16), participando de um evento local. No retorno a Pedro II, por volta das 23h, o grupo decidiu parar em uma hamburgueria. Milton Brandão fica localizada a cerca de 30 quilômetros de Pedro II.

"Ele começou uma discussão com uma mulher do nosso grupo que pediu silêncio, pois ele estava falando alto. Nesse momento, ele usou palavrões para ofender essa amiga. Outra moça, minha amiga, saiu em defesa dela e pediu que ele baixasse o tom, pois estava sendo agressivo. Fiquei constrangida, não gosto de brigas. Levantei, paguei minha conta e fui para o meu carro. Ele me seguiu, cobrando o fato de eu não ter defendido ele na discussão. Minha amiga viu que ele me seguiu e veio até o carro, pedindo que ele se afastasse e me deixasse ir embora. Foi então que ele a empurrou, e ela caiu. Saí em defesa dela e ele me empurrou também, e eu caí. A partir daí, as agressões não cessaram," relatou Danielle.

Danielle concordou em entrar no carro com o agressor, e ambos saíram do local com ele dirigindo o veículo dela.

"Ele saiu dirigindo o carro e colidiu com outro veículo estacionado. Tentei pedir ajuda, pois estávamos perto da Guarda Municipal, mas ele me alcançou, me derrubou e me arrastou pelo calçamento, puxando meus cabelos. Arrancou um tufo de cabelo meu. Meus joelhos e pernas ficaram cheios de ferimentos. Ele causou perda total na parte da frente do meu carro. Depois, no hospital, descobri que ele fez isso para justificar os ferimentos como decorrentes do acidente," afirmou.

Após a colisão, Danielle tentou ligar para amigos pedindo socorro, mas não conseguiu, pois o ex-namorado bloqueou seu celular com várias tentativas de senha incorretas. Ela ficou cerca de 30 minutos no local do acidente, próximo à sede da Guarda Civil Municipal de Pedro II, mas ninguém apareceu para ajudá-la.

Quando conseguiu desbloquear o telefone, a jovem enviou sua localização para a amiga que havia sido agredida anteriormente. A amiga foi ao local com outro rapaz, mas não conseguiram conter o agressor.

Um motociclista passou pelo local, e Danielle pediu ajuda. Ela subiu na moto para fugir, mas foi puxada pelas roupas pelo agressor, caindo junto com o motociclista. Nesse momento, um desconhecido passou de carro e, ao ver a confusão, desceu para ajudar. Ele conteve o ex-namorado de Danielle e a levou para o hospital para tratar os ferimentos.

Jovem foi levada para o hospital 

O ex-namorado seguiu Danielle até o hospital, onde tentou intimidá-la novamente. Ela entrou em estado de choque ao vê-lo e correu para dentro da unidade de saúde. O ex-namorado foi contido pelos seguranças do hospital e Danielle foi atendida. Os profissionais de enfermagem comunicaram à polícia, que prendeu o homem em flagrante. Os pais de Danielle foram chamados ao hospital para acompanhar a filha durante o atendimento, momento que a jovem descreveu como um dos mais impactantes de sua vida.

"Quando vi meus pais entrando no hospital e me vendo naquela situação, eu desabei. Estava em um estado deplorável, toda ensanguentada," disse emocionada.

Com o agressor preso, Danielle e a amiga foram levadas à delegacia para registrar a ocorrência. De volta ao hospital, ela foi medicada e liberada por volta das 5h.

Segundo o delegado Júlio Campelo, titular da delegacia de Pedro II, que preside a investigação, o suspeito foi encaminhado para audiência de custódia na manhã de terça-feira (18). O delegado representou pela prisão preventiva do suspeito, e o Ministério Público do Piauí se manifestou favorável. Agora, cabe à Justiça decidir o destino do homem.

"Voltamos ao hospital para fazer exame de corpo de delito e para receber medicação e outros cuidados. Enquanto estávamos lá ele também foi levado ao hospital para fazer o exame de corpo de delito. Ao chegar lá ele encontrou meus pais e disse a eles que os meus ferimentos foram causados pelo acidente do carro e não pelas agressões dele. Foi por isso que ele bateu meu carro de propósito, para usar o acidente como desculpa para os ferimentos que causou", analisa.

Nove meses de namoro

Danielle refletiu sobre o relacionamento de nove meses com o ex-namorado, que sempre demonstrou comportamento agressivo.

"Ele tinha falas agressivas, brigava muito na rua e sempre tentava intimidar as pessoas, inclusive com a arma que portava. Mas comigo, não tinha acontecido agressão física de fato," relembra.

Já ontem (17), as duas vítimas voltaram à delegacia para prestar depoimento.

Danielle disse que não conhece o motociclista e o motorista que a socorreram, mas que pretende procurá-los para agradecer pelo apoio. A jovem também falou do apoio que recebeu dos profissionais do hospital e na delegacia, onde prestou queixa.

"Recebi muito apoio dos profissionais do hospital, fui muito bem acolhida e atendida. Na delegacia também, apesar de Pedro II não ter uma delegacia da mulher, fui muito bem atendida no plantão. O delegado nos ouviu e acolheu," finalizou.

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