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Lavrador de Piripiri é internado com sintomas de raiva humana em Teresina; Sesapi investiga

Por Caroline Oliveira e Adriana Magalhães

Foto: Ascom/Sesapi

Um paciente com suspeita de raiva humana está internado no Instituto Natan Portela em Teresina. O Cidadeverde.com apurou que é um lavrador de 56 anos, que foi mordido por um sagui na zona rural de Piripiri (a 180 km de Teresina) ainda no mês de julho.

Em contato com a Secretaria Estadual da Saúde do Piauí (Sesapi), o órgão confirmou que o caso está em investigação, notificou o município e que vai emitir uma nota de alerta.  

O lavrador foi atacado no dia 15 de julho, mas somente no dia 6 de agosto procurou o sistema de saúde, quando começou a sentir os primeiros sintomas. Ele então foi transferido para Teresina e o caso foi informado à Fundação Municipal de Saúde (FMS) e posteriormente para Sesapi.

NOTA DA SESAPI

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) informa que está investigando um caso de encefalite, possivelmente ocasionado pelo vírus da raiva, no Piauí. O paciente, de 56 anos, estava na zona Rural do município de Piripiri, quando foi atacado, no dia 15 de julho, por um macaco conhecido popularmente no estado como "sagui".

Segundo a Coordenação de Epidemiologia da Sesapi, a vítima não procurou atendimento médico de imediato e, no dia 6 de agosto, começou a sentir os sintomas, mas só procurou o Hospital Regional Chagas Rodrigues, no dia 12, com vômito, aumento da saliva, e episódios de desmaio. Ainda no dia 12, o paciente foi transferido para Teresina, onde encontra-se internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella.

Amostras do paciente foram colhidas e enviadas ao Laboratório Central do Piauí (Lacen) que encaminhou o material ao Instituto Pasteur, em São Paulo, laboratório de referência para exames de raiva, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Também sob orientações do Ministério da Saúde, a Sesapi acionou a Secretaria de Saúde do município de Piripiri para que seja feito, o mais breve possível, um levantamento da cobertura vacinal de cães e gatos da região, embora o caso em questão envolva um macaco. A Sesapi orientou ainda a saúde local a investigar, junto à família, as circunstâncias em que o incidente aconteceu, bem como orientar sobre a doença.

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.

A Sesapi segue acompanhando o caso e orienta a população quanto ao contato com animais silvestres e, em casos de incidentes, procurar imediatamente uma unidade de saúde. A Sesapi reforça ainda que a vacinação dos animais (cães e gatos) é a única forma de se evitar a doença.

 

Saiba mais sobre a Raiva: 

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

Sintomas

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:

  •  Mal-estar geral;
  •  Pequeno aumento de temperatura;
  •  Anorexia;
  •  Cefaleia;
  •  Náuseas;
  •  Dor de garganta;
  •  Entorpecimento;
  •  Irritabilidade;
  •  Inquietude;
  •  Sensação de angústia.
  • Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.

Transmissão
A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.

Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas. Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

Complicações
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:

  •  Ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
  • Febre;
  • Delírios;
  • Espasmos musculares involuntários, generalizados,e/ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

Importante: O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.

Fonte: Ministério da Saúde


 

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