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Morre lavrador de Piripiri que estava internado com suspeita de raiva humana

Por Bárbara Rodrigues

Foto: Ascom/Sesapi

Um lavrador de Piripiri, de 56 anos, que estava internado no Instituto Natan Portella em Teresina com suspeita de raiva humana, morreu nesta terça-feira (27). Ele estava internado desde o dia 6 de agosto. A investigação sobre o possível caso de raiva humana continua.

Cidadeverde.com apurou que o lavrador de 56 anos foi mordido por um sagui na zona rural de Piripiri, a 180 km de Teresina, no dia 15 de julho. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde do Piauí (Sesapi), ele procurou atendimento somente despois de apresentar sintomas como vômito, aumento da saliva e episódios de desmaio. No dia 12 de agosto ele foi transferido do Hospital Regional Chagas Rodrigues para o Natan Portella, em Teresina.

A Sesapi informou que órgão está investigando se o caso se trata de raiva humana. As amostras do paciente foram colhidas e enviadas ao Laboratório Central do Piauí (Lacen) que encaminhou o material ao Instituto Pasteur, em São Paulo, laboratório de referência para exames de raiva, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Até o momento a Sesapi informou que ainda não saiu o resultado do exame, por isso o caso segue em investigação.

Saiba mais sobre a Raiva: 

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

Sintomas

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:

  •  Mal-estar geral;
  •  Pequeno aumento de temperatura;
  •  Anorexia;
  •  Cefaleia;
  •  Náuseas;
  •  Dor de garganta;
  •  Entorpecimento;
  •  Irritabilidade;
  •  Inquietude;
  •  Sensação de angústia.
  • Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.

Transmissão
A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.

Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas. Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

Complicações
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:

  •  Ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
  • Febre;
  • Delírios;
  • Espasmos musculares involuntários, generalizados,e/ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

Importante: O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.

Fonte: Ministério da Saúde

 

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