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Coluna 17/06/24

Carta de rompimento na mesa: PRD e Avante em rota de colisão no Palácio da Cidade

O Avante é visto por muitos como um partido “irmão” do PRD, sigla a qual o prefeito de Teresina, Dr.Pessoa, está filiado. A coluna achou a metáfora interessante e resolveu usá-la numa conversa. Para quê... “Irmão, só se for Caim e Abel!”, retrucou uma fonte que tem assento privilegiado no Palácio da Cidade. A coluna foi tirar a história a limpo. Segundo um interlocutor do próprio Avante, é tudo muitíssimo simples. “Ou a turma leva o Avante a sério, ou vamos ter surpresa!”. 

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Quando você acordar vai ter surpresa

Que surpresa? “Não pedimos quase nada pra poder ficar, mas se for pra continuar assim vamos buscar outros caminhos”, respondeu a fonte, em reserva e de modo enigmático, mas muito sugestivo. Às vezes você está do lado da lâmina, mas a política é dinâmica, e de repente, você vira pro lado do cabo (muito mais confortável, convenhamos!).

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Acidente em câmera lenta 

Como numa receita de bolo (e a colunista avisa: não sabe cozinhar), é preciso colocar os ingredientes na forma antes de assar o bolo. Primeiro os fatos, depois as análises e consequências. O Avante pode eleger dois vereadores em Teresina e tem sido alvo de assédio do grupo ligado ao deputado Fábio Novo (PT). A ideia é desmontar a chapa dos adversários, ok. O Avante também é o partido do secretário municipal de Governo, Michel Saldanha. “O que não significa, veja bem, que o Avante vai ficar sendo chutado e ficar com o prefeito, pera lá!”, retrucou um outro filiado.

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Acho que vocês não entenderam as consequências...

Mas quem estaria chutando o Avante, minha gente, e por quê cargas d’água? Não é bem um mistério do tipo que o Sherlock Holmes iria atrás, mas é o que tem para hoje, então investiguemos. “Parte do PRD está querendo criar caso. O Avante não pode ser desprezado nesse processo, mas há pessoas que querem fazer esse cavalo de batalha pega vaga de vice de Dr. Pessoa, como o (a) vereador (a) X”, apontou um filiado ao Avante, garantindo que o rompimento é sim uma carta radical que está na mesa. Será para tanto?

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Se não for a Dalva, a gente vaza

Vamos desenhar: o Avante quer a advogada Dalva Fernandes como vice de Dr.Pessoa, e o PRD prefere a jornalista Ana Célia Aragão. Pronto. Dalva tem andado em agendas com o prefeito, Ana Célia tem sido defendia aguerridamente por parlamentares do PRD. A disputa não é pelo nome que vai compor a chapa (apesar de também ser), é sobre a correlação de forças e poder no final da gestão de Dr.Pessoa. Vencer num ponto desses, é simbólico, acima de tudo.

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Gessy e Michelle

A reabilitação política da empresária Gessy Lima passa pela direita, isso é claro. Mas a direita precisa não só aceitar Gessy, deve abraçá-la de volta. E o primeiro passo desse movimento foi o evento do final de semana com a presença da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro em Teresina. Gessy vem de escolhas políticas com custo alto (a presença na gestão de Dr.Pessoa e o apoio ao petista Franzé Silva), mas Michelle chegou, passou uma borracha e a cacifou no PL. Curiosidade: no momento em que a palestra de Michelle teve uma pausa, uma assessora chegou com uma bolsa para ela retocar a maquiagem. A ex-primeira-dama fez isso no palco, com o evento acontecendo. As mulheres presentes adoraram!

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Tu acha que tá quanto mesmo?

A colunista não passa de uma humilde cronista da vida política regional. Por isso, quando os políticos perguntam (e eles perguntam todos os dias!): “Quanto você acha que está mesmo a diferença entre Fábio Novo e Sílvio Mendes?”, a colunista fica surpresa. Como assim, e as pesquisas que eles próprios encomendam e divulgam não valem? De todo modo, um político por dentro das conversas da sala gelada, fez sua análise à colunista: “É hora de crescimento lento. Tem 90% do eleitorado já definido. De 13% a 15% podem mudar de um lado pro outro. Não vai ter guinada. É ponto a ponto”. 

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Se conselho fosse bom

Pessoas que têm baixos padrões vão classificar tudo o que você faz acima da média como “exagero”, “obsessão” e “sem necessidade”. Você tem uma vida para viver – a sua. E a vida é muito simples: sacrifício e luta são pré-requisitos para conseguir qualquer coisa que valha a pena. Tudo que foi conseguido da noite para o dia, também pode ser perdido num instante. Você só precisa responder a três perguntas: “No que estou trabalhando e por quê?”, “Com quem estou passando meu tempo e por quê?”, “Quão bem estou tratando meu corpo e por quê?”. Se as respostas não lhe derem satisfação, você já sabe o que precisa ser feito. 

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Cifrada da Mão no Ombro

Ex-homem forte de uma gestão, um pré-candidato a vereador de uma cidade importante está dividindo um grupo político e familiar. O patriarca, muito respeitado, não apoia o ex-pupilo no plano de voo solo. Mas o filho mais novo, que tem personalidade forte e estilo próprio, colocou a mão no ex-funcionário de confiança e ponto final. A história ganha novos ares, pois um grupo de políticos das antigas – muito gratos por ajudas dadas por esse gentil pré-candidato no passado – devem retribuir os favores de outrora para cacifar o homem. Complexo!

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Foto do dia

A coluna não previu, mas antecipou. Foi bastante movimentado o evento de lançamento da pré-candidatura a vereador do empresário e suplente, Júnior Macedo (PDT). Organizadores do evento estimaram em 4 mil participantes, incluindo, claro, o pré-candidato do PT à prefeitura, Fábio Novo, o vice, Paulo Márcio (MDB) e o deputado federal Marcos Aurélio Sampaio (PSD). Com lideranças culturais e esportivas, Júnior protagoniza uma briga de gigantes no PDT, rivalizando voto a voto com nomes como Carlos Ribeiro e Fernando Lima – excetuando aí o presidente da Câmara, Enzo Samuel e o vereador Evandro Hidd, nas cabeças. O PDT tem uma fileira estrelada, incluindo Canindé, John Wallace, Floro Mauel e Wilson da Educação. Problema de quociente eleitoral e sobras, a chapa não terá!

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A frase para pensar

“Se você não está sendo criticado, você não está pressionando o suficiente. Depois de aceitar que as críticas são um subproduto do sucesso, você não sentirá necessidade de se defender ou reagir às suas críticas”, Chris Voss (1957 -), professor de técnicas de negociação e autor de livros sobre o tema.

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Música da semana

O leitor estava esperando o que? Um forró junino? Uma MPB de sempre? Não, aqui nessa coluna não aceitamos marasmo. Nós trabalhamos para sacudir o leitor! “Tennessee Whiskey”, de Chris Stapleton, é um country americano que gruda no ouvido pela simplicidade da letra, mesclada à voz contundente de Stapleton. A coluna é totalmente abstêmica, mas abre a licença poética para essa balada country sobre redenção. Há uma força poderosa capaz de nos tirar do ponto descendente? O que seria?

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