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Coluna 07/06/24

JVC pode conseguir o apoio de Dr.Pessoa? A coluna foi atrás dos bastidores!

Se você é incapaz de acompanhar histórias de aventuras, perigos e planos que podem terminar em sucesso (ou fracasso), a coluna sugere que evite a política. Busque um emprego estável, quem sabe um bom concurso público. Como o leitor sabe, o ex-senador João Vicente Claudino (PSDB), aparece em terceiro lugar nas intenções de voto em diversas pesquisas em Teresina, mesmo sem fazer movimentos públicos de pré-campanha a prefeito. Joga parado, praticamente. Mas essa é só uma impressão. Fato novo, apurado e checado pela coluna: há conversas no entorno do Palácio da Cidade para que siglas que apoiam o prefeito Dr.Pessoa (leia-se PRD, Avante e PL), apoiem JVC à Prefeitura da capital. Ora, e como ficaria a pré-candidatura de Dr.Pessoa? Analisamos os pormenores abaixo.

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Como tudo começou

Uma fonte próxima ao núcleo duro do Palácio da Cidade, informa que a inusitada aproximação dos núcleos de JVC e Dr.Pessoa, surgiu do convite para que a empresária Cláudia Claudino (irmã de João Vicente) fosse vice de Pessoa. Como todos os antigos filiados ao PTB foram automaticamente filiados ao PRD após a incorporação, a conversa veio daí. O convite não rendeu frutos, mas alargou as portas do diálogo entre o ex-senador e peças importantes ligadas a Pessoa.

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Fica com a gente que é melhor

Sendo assim, surgiu a proposta na mesa: o grupo de partidos que apoia o prefeito poderia então ficar ao lado de JVC na disputa pela prefeitura da capital? Isso dependeria do próprio Dr.Pessoa aceitar declinar de disputar a reeleição e apoiar João Vicente – inclinação que o prefeito não tem dado mostras públicas de ter, até o momento. Vale mencionar que, com extremo cuidado, aliados do prefeito acreditam que essa poderia ser uma porta de saída interessante para todos e o grupo indicaria assim o vice de João Vicente.

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Muita calma pra não melindrar

A informação é restrita e os interlocutores de ambos os lados temem que a divulgação precipite as coisas e contamine o processo, afastando Dr.Pessoa da mesa de diálogo. Uma fonte ficou surpresa ao ser impactada pela colunista: "Só três pessoas sabem dessa história!". Bom, a colunista retrucou que não tinha sido nenhum dos três citados... “Um ato de desistência do Pessoa é algo diferente, que poderia viabilizar uma boa disputa para Teresina, com o entorno político dele ajudando na construção”, resumiu, escolhendo palavras cuidadosas, uma fonte com voz no PSDB de João Vicente. 

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Isso não vai acontecer nunca!

Poucas coisas na vida são certas, mas um emissário do Palácio da Cidade aponta que é “chance 0” de Dr.Pessoa não disputar a reeleição. Tudo bem, a coluna compreende, mas aponta ao leitor que essa não é a questão. O ponto é outro: JVC busca meios de se lançar competitivo em Teresina. Tem a sigla com forte simbolismo (o número 45, que foi de Firmino Filho), está atrás de um arco de alianças e pode tirar um voto que está calcificado nos dois players (jogadores) principais Sílvio Mendes (União Brasil) e Fábio Novo (PT). Desequilibra o pleito e modifica o cenário. A conferir os desdobramentos.

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Camarote, front e pista

Num grande barco, há pelo menos três espaços disputados: o camarote (para os aliados de primeira hora, que toparam o risco alto da incerteza); o front (quem veio logo depois) e a pista (os atrasados). Todos assistem ao show e acham uma beleza. A coluna, é claro, não está falando de música...

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Barcão

Os aliados de primeira hora, indicam os cabeças e o corpo das secretarias. Os de segunda hora, pastas menos robustas e cargos. Os de terceira hora, espaços e fatias do orçamento em obras. “Tem também os terceirizados da gestão, para os três níveis”, lembrou um político que ajuda a organizar os espaços. O show é grande!

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Traje: flamenguista 

A coluna acompanha sempre as postagens do secretário estadual de Governo Marcelo Nolleto. Recebe gente, aperta na mão, cafezinho, pose pra foto. Mas uma delas se destacou das demais. Não é que o suplente de deputado e coordenador da Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas e Fomento ao Lazer, Tiago Vasconcelos, chegou para a agenda de camisa do Flamengo? Tudo bem que Tiago tem uma relação profunda com o clube... mas a coluna é cheia das paranoias e avalia que a informalidade revela também que Vasconcelos está afinado como interlocutor político. Na agenda, esteve com Nolleto e quatro pré-candidatos a prefeito (São Pedro, Novo Santo Antônio e Barro Duro e Pedro II), um vice, e um pré-candidato a vereador bem votado em Parnaíba, que era do grupo de Mão Santa.

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Senta que lá vem história

Vladimir Lênin era um homem pequeno em estatura, mas com autoridade respeitada por todos no Partido Comunista. Isso não significava que suas decisões não eram desafiadas e debatidas de modo acalorado. Mesmo assim, o líder comunista era um pensador ágil, polemista e poderoso, nunca se desculpava e conseguia, quase sempre, tudo o que desejava. Exceto fazer seu sucessor. Já em fase terminal, Lênin alertou sobre o caráter de Josef Stálin:

“Stálin é rude demais e, esse defeito, que é tolerável no relacionamento entre nós, comunistas, é intolerável num homem que preenche a função de secretário-geral (o importante cargo de organizar o partido na União Soviética)”. Lênin, como narra o autor Ian Kershaw (no livro “Carisma e Poder”) fez uma dura desqualificação do caráter de Stálin (que se provou correta). De nada adiantou: Stálin sucedeu Lênin e o resto é história.

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Para ler, ver e ouvir

O filme “Past Lives” (Vidas Passadas – disponível nos streamings), da diretora sul-coreana-canadense Celine Song foi, com justiça, indicado ao Oscar de Melhor Filme e Roteiro Original. Não levou, o que é uma pena, pois narra, com simplicidade e maestria, como é pagar o preço por nossas escolhas. A vida é mesmo dúbia. Dois personagens, Nora e Hae Sung, têm vários encontros e desencontros, desde a infância conjunta na Coreia, até a vida de Nora como imigrante nos Estados Unidos. Nostalgia, passado e presente, a fantasia desejada e a realidade possível. Os silêncios e a fotografia apontam um filme para sentir que aquilo que não acontece pode ser triste, mas também lindo. Leitor, cuidado, pode cair um cisco no seu olho ao final. Não diga que a coluna não avisou. 

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Se conselho fosse bom

Há uma força dentro de você que luta para mantê-lo afastado do que pode lhe fazer crescer e ser alguém melhor. Vamos chamá-la de Resistência (Freud chamava de “pulsão de morte’, ok). A Resistência pode ser medida por tudo aquilo que você tem medo de fazer: iniciar um projeto, financeiro, físico ou artístico, etc. Ela é a voz que te traz, em argumentos convincentes, os motivos pelos quais você não deve arriscar. Vencê-la é terrivelmente difícil, mas é possível. Você deve se perguntar: “O que eu temo?”. Ao encontrar a resposta, não fuja. Vá ao encontro do medo. É o seu Eu Autêntico te chamando. Você é capaz de tudo, mas não tem direito a nada. Faça um motim, se rebele, vença a Resistência. 

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Cifrada do Argumento

Um pré-candidato a vereador da capital com bala na agulha (vamos chama-lo de J), tem inflado o mercado das lideranças. Mas, a turma é criativa e, se não rebate com estrutura, atua na contraofensiva pela boa e velha lábia. “Uma liderança minha veio falar que o J tá pagando R$1.200 por mês para as lideranças dele. Eu respondi: ‘Sim, isso eu não posso cobrir, mas será que com ele você vai ter um canal direto como tem comigo? Tu não vai nem falar com ele!’ Comigo, tu fala direto, sem intermediário”. E não é que o homem convenceu? Isso é a força do argumento, amigos!

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Foto do dia

Quem teve agenda em Brasília na sexta-feira, 07, foi o secretário estadual de Educação, Washington Bandeira, que participou de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação. Bandeira é vice-presidente do Consed. O órgão enfrenta uma acirrada disputa interna pelo comando. Não é pouca coisa, pois a divisão esquerda e direita opera como nunca, especialmente nas diretrizes da Educação. Washington Bandeira tem participado das discussões, é claro, mas observa-se que tem mantido a atenção privilegiada ao Piauí, afinal, lidera em várias frentes concomitantes, a pasta que é o carro-chefe da gestão Rafael Fonteles. Não é pouca coisa.

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A frase para pensar

“Existem dois tipos de pessoas: as que tentam vencer e as que tentam vencer discussões. Eles nunca são os mesmos”, Nassim Nicholas Taleb (1960), matemático e analista de riscos líbanês-americano.

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