Conversa na sala gelada: o que a bancada federal (realmente) quer de Rafael Fonteles? 

No jargão jornalístico, “amaciar a carne” é começar as entrevistas fazendo perguntas leves e coisa e tal para depois “enfiar a faca” (figurativamente, figurativamente!) com a única pergunta que o jornalista realmente quer fazer. Pois não é que até nas reuniões da bancada federal do Piauí com o governador Rafael Fonteles tem a famosa “amaciada de carne”? A turma começou falando de pré-sal (acredite se quiser!) e outros temas correlatos, até que um deputado puxou o fio e chegou aonde queria. Fontes presentes relataram à coluna o que tanto querem os deputados federais e senadores do Piauí... Continua abaixo.

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Vamos ao que interessa

“Rapaz, começou ou falando de pré-sal e venda de Eletrobras, coisa que a gente sabe não adianta de nada que é pra daqui não sei quanto tempo. Início foi meio lento. Mas até que o H (deputado experiente) puxou um assunto e falamos que queremos proximidade com governador na agenda em Brasília, pra chamar a gente”. E a resposta? “Disse que tudo bem, porque o Rafael quando ele diz não é não, é não. Ficou de reavaliar algumas questões...”. Certo que questões? A colunista pergunta não por curiosidade, mas por dever de ofício, apenas para informar ao leitor, sabe como é.

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Dividir para somar

 “A gente pediu para liberar mais orçamento. Tudo nas nossas costas, pô”. A colunista, advogada do diabo (metaforicamente) retrucou: “Mas vocês não têm acesso ao Orçamento Geral da União?”. Resposta: “Sim, a regra do jogo foi essa, mas deputado federal tem muito compromisso e não temos secretaria nem cargo”. Certo, captada vossa mensagem! Mais alguma coisa? “Sim, ficou claro pra gente que nenhum secretário estadual terá apoio direto pra deputado federal e estadual em 2026”. Eita, aí complica... Já tem gente praticamente com a pré-campanha na rua? Xiiii...

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Sua mensagem foi encaminhada para a caixa postal 

Essa história de que um fortíssimo secretário estadual tem o hábito de (supostamente) não responder mensagem nem retornar ligação da turma do poder tem deixado muita gente chateada. É o caso de um deputado estadual, que relatou aos colegas que se chegar na Assembleia Legislativa do Piauí o pedido de homenagem para o forte secretário, vai votar “não”. “Eu quero é que chegue pedido de homenagem pro Y (secretário) aqui! Ah, eu quero!”. A colunista, particularmente, acha que não é para tanto...

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Mudança de chapa em Parnaíba

Em Parnaíba, falta só o anúncio formal de Flaviana Veras (PT), como pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Dr.Hélio (MDB). Ela é esposa do deputado federal e ex-prefeito de Parnaíba, Florentino Neto (PT). Fontes do litoral leem o movimento como uma forma de integrar Florentino à campanha. “A gente via que ele (Florentino) estava mais distante e agora entrará com força. Não sei como os vereadores vão reagir. A vaga era do Daniel Jackson, presidente da Câmara. Mas quem é que vai botar pé em parede?”, analisou um importante político à coluna. É aquilo: não existem campeões permanentes. 

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Ou me escolhe ou eu acabo teu jogo

Para o nobre leitor entender um pouco como é acirrada a disputa para uma das três vagas de conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil, um advogado piauiense sincerão disse à coluna que tem proposta de dois lados, mas vai preferir arriscar uma terceira via surpreendente na eleição da Ordem no estado: “O X disse que não garante a vaga pra gente, ou seja, se tiver coisa melhor, só ‘tchau’. E o Y só topa se formos lá falar com ele e não vamos. Então a tendência é irmos de Z, que se não for escolhido, racha”, relatou o ousado advogado. É a turma mexendo as cartas do baralho para saber qual é a melhor. A cota para entrar não é para amadores, aliás. Jogo de gente grande?

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Se conselho fosse bom

Nunca, em hipótese alguma, tente argumentar para tentar fazer com que alguém mude de opinião. Será em vão, pois mesmo que a pessoa concorde com você, ela levará consigo o rancor de ter perdido o debate. Mais tempo ou menos tempo, esse ressentimento, por menor que seja, se verá refletido na relação de vocês. As pessoas só amam e si mesmas e suas próprias ideias. Se você quiser vencer pelo argumento, se prepare para ficar na base da cadeia alimentar – você merece. Se precisar de algo, tente ser proativo, ofereça valor antes de pedir e convença por duas vias: consequências e reputação. O poder só entende essa língua.

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Cifrada da Pousada

Até onde o candidato deve ir em busca de um voto? Não foi ninguém que contou não... a colunista teve acesso ao print de uma conversa de Whatsapp de um pré-candidato a vereador da capital (vamos chamá-lo de X) que buscava o apoio de uma importante liderança de um segmento bastante específico do eleitorado. A liderança respondeu que tudo bem, topava conversar, mas era melhor marcar um almoço na “Pousada Tal” - eufemismo para um local de encontros discretos. O pré-candidato pulou longe e retrucou: “Vamos marcar no escritório, deixe disso!”. Até onde a coluna sabe, o encontro ficou mesmo marcado para o escritório. Mas é aquilo: voto está tão difícil de conseguir... 

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Foto do dia

Estariam, na imagem, um futuro deputado estadual, um futuro presidente da Câmara Municipal, um futuro vereador e um futuro superintendente de uma Saad (ou secretaria municipal) forte? Ou nada disso? Na imagem, os vereadores Enzo Samuel (PDT), Evandro Hidd (PDT), Venâncio Cardoso (PT) e o pré-candidato a vereador Floro Mauel (PDT), em registro exclusivo da coluna. Enquete rápida para saber quais temas dominaram a conversa: 1) Quem consegue andar mais quilômetro de bike em Teresina? (Venâncio leva) 2) Quem tem apoio de um mega forte secretário estadual? (Floro ganha) 3) Quem está organizando um evento grande para Fábio Novo dia 06? (Ora, Enzo!) 4) Quem promete ser o puxador de votos do PDT? (Evandro marcou essa).

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A frase para pensar

“Os elefantes são sempre desenhados menores que na vida real, mas as pulgas sempre maiores”, Jonnathan Swift (1667-1745), foi um dos mais importantes escritores de língua inglesa, autor de “Viagens de Gulliver”.

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Música da semana

Para não dizer que a colunista é uma chata que só ouve MPB antiga (não que não seja verdade, mas falemos disso depois), que tal um rock brasileiro? “Só os loucos sabem”, da banda Charlie Brown Jr, na voz de Chorão, quem não lembra? A coluna não sabe o que “só os loucos sabem”, mas suspeita... Por exemplo: nunca mande amadores fazer o trabalho de profissionais. Isso é loucura! E, antes de acusar alguém de algo, verifique se você mesmo não tem uma ficha corrida impeditiva, né? Mais loucura ainda! 

Chega de conversa, liga o som!

 

Mas pra quem tem pensamento forte

O impossível é só questão de opinião

E disso os loucos sabem

Só os loucos sabem

Disso os loucos sabem

Só os loucos sabem