Cidadeverde.com

Coluna 14/07/23

AVISO
A coluna entrará num breve (alguns dirão que merecido, fica a critério) descanso de uma semana e retorna a ser publicada normalmente na segunda-feira 24 de julho. Se o leitor sentir saudades, recomenda-se uma passeada nos arquivos: há bastante conteúdo não factual de análise estratégica de cunho político, eleitoral e de comunicação. Aproveitem a leitura, sem moderação!

O problema das atas e dos votos no PT de Teresina

Circula forte entre os petistas a data de 15 de agosto para a escolha do candidato a prefeito de Teresina pela sigla. Até aí, tudo bem. É véspera do aniversário de Teresina e antes da vinda de Lula ao estado. O problema é quem tem direito a voto no diretório: são 45 votantes, mais o presidente, Cícero Magalhães, e o líder da bancada municipal, o vereador Dudu. A turma de Fábio Novo calcula que tem três votos de sobra para a vitória. Dudu teria levado nove votos para Fábio, já Merlong Solano, deixou os votos com o irmão Maurício Solano, que se declara neutro mas é muito próximo de Franzé e é quem faz a política partidária no PT. 


Nível de risco: alto

A turma de Franzé Silva calcula que tem entre 65% a 70% de maioria sobre Novo. E por que a discrepância? Simples. Os dois grupos têm atas diferentes com os nomes dos votantes no diretório municipal. A ata do dia da eleição do diretório dá maioria a Novo, a ata atual, com as mudanças de membros que saíram ou mudaram de corrente, favorece Franzé. Qual ata vai valer no dia da eleição? A coluna prefere comprar bitcoin do que apostar nesse nível de risco. 


Pode ser antes, mas não vai ser depois

Para ser político é preciso amar em alguma grau o conflito. Medidas tomadas por partidos não são nada menos do que isso: lutas internas de poder e não decisão racional. Quem ocupa cargos, toma decisões. Simples. “O PT decide o candidato até agosto, antes da vinda do Lula. O Lula vem abençoar o candidato”, explicou um petista ao ser questionado pela coluna por que a disputa fratricida entre Fábio Novo e Franzé Silva não poderia se estender até setembro, como defendiam alguns governistas. Tem dia, hora e padrinho para celebrar o fim. O vencedor? A coluna não faz apostas.


Como chegar lá (a vitória nas urnas)

O que é preciso para se eleger? Ser conhecido (ninguém vota em quem não conhece, por isso os partidos preferem os “medalhões”, apostas seguras), ter credibilidade no problema que o eleitor considera o mais importante naquele momento (por isso, quantidade de seguidor em rede social não quer dizer voto) e, por fim, ter a identidade adequada ao que o pleito pede (se for uma eleição de continuidade, a identidade deve ser governista, se for de ruptura, deve ser oposicionista. Explica-se, portanto, porque nem todos os governantes bem avaliados conseguem fazer sucessores). Importante lembrar que o eleitor médio é bem diferente daquele que respira política (estamos falando de você, leitor, que só pensa nisso).


Espelho

Não importa que o candidato seja incrível, com uma trajetória impecável e serviços prestados à população. Se a mensagem que o candidato prega não se adequar ao contexto da opinião pública daquele momento, nada feito. Imagem é tudo, a opinião pública se movimenta e decide através de imagens. Cada candidato tem um ativo de imagem diferente, não adianta copiar a fórmula do colega do lado. 


Tudo ou nada

Sejamos claros: se o governo é bem avaliado, a opção segura e lógica é apoiar a reeleição ou o candidato apoiado pelo incumbente. Se não, o contrário. Dito de maneira bem simplificada: o ponto de chegada, depende do ponto de partida. O eleitor processa todas as informações que recebe da mídia e aquilo que sente em sua experiência concreta de vida e avalia as vantagens e desvantagens de uma posição para definir seu voto. Popularidade não é tudo, mas tudo sem popularidade, não é nada.


Os recados de Marcos Aurélio e Paulo Márcio

Almoço no restaurante flutuante – cartão postal de Teresina – e uma frase simples e enigmática postada nas redes sociais: “Nós dois, juntos por Teresina”. O deputado federal Marcos Aurélio Sampaio (PSD) e o médico Paulo Márcio (MDB) anunciaram uma chapa para disputar a prefeitura de Teresina em 2024 ou a coluna está vendo demais? 


Atentos

O movimento gerou especulação no mundo político, já que tanto Marcos como Paulo Márcio buscam encabeçar chapas majoritárias para o Palácio da Cidade. “Se Marcos representa juventude, Paulo entra com a experiência. MDB e PSD são os dois grandes partidos e o PT precisa deles para unir numa eleição ainda muito fragmentada. É bom acompanhar para onde vai”, analisou um experiente cardeal político à coluna. Acompanharemos.


Vá em paz

O núcleo duro da campanha do Palácio da Cidade para a eleição de 2024 é esse: Admilson Lustosa (que segue mais firme do que nunca na PMT), Roney Lustosa, João Henrique Sousa, Jeová Alencar e um novo integrante, Paulo Roberto da Iluminação, agora “liberado” pelo ex-senador João Vicente Claudino – a quem é ligado politicamente – para seguir outros rumos. No caso, o rumo de Dr. Pessoa.


Não abre

Franzé Silva fez evento expressivo na Câmara de Teresina, com Deolindo Moura, no mesmo dia do apoio do ex-aliado, Merlong Solano, a Fábio Novo. Franzé é chamado carinhosamente pelos petistas (do seu lado) de "Xandão do Piauí", por causa do "corte" de cabelo, tal qual o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Deolindo, por sinal, chamou uma salva de palmas para Fábio Novo no evento e disse que o partido não tem inimigos: "Nosso pré-candidato a prefeito é Franzé Silva, mas temos máximo respeito pelo deputado Fábio Novo. Vamos fazer unidade", clamou Deolindo.


Round 1

O presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel, em registro exclusivo, numa quinta-feira de manhã, após suar na aula de boxe. Ele está pronto para:

(  ) antagonizar a PMT na Câmara.

(  ) resistir ao PT e manter-se candidato a prefeito no PDT.

(  ) montar chapa competitiva no PDT para vereador.

(  ) todas as opções são verdadeiras.

(  ) nenhuma das opções está correta.


O fio

Foi assim: a coluna apurou em Brasília que havia diálogos para que o Mais Brasil (fusão do Patriota com o PTB) fosse comandado pelos vereadores Thanandra Sarapatinhas e Bruno Vilarinho, da base do prefeito Dr.Pessoa. O atual presidente, Gustavo Henrique (que anunciou apoio a Fábio Novo), respondeu e disse que as chances de isso acontecer eram “menos zero”. Agora, a vereadora Thananandra falou com a coluna e dobrou a aposta.


O troco

“Tenho mandato e quando a união dos partidos (PTB e Patriota) for homologada, eu irei para as conversações. Ele (Gustavo Henriqaue) tem que se situar um pouco. E outra: tem que ver se eu faço questão de continuar no partido. O povo da nacional diz que quer que eu seja candidata em 2026 e tudo, já me ligaram e conversei com eles”, respondeu Thanandra, em áudio editado nas partes mais sensíveis pela coluna.


Siga o líder ou...

Quem está no alto da cadeia alimentar da política, sabe que ela é cheia de problemas ordinários que precisamos tratar com o máximo de racionalidade, utilizando toda a capacidade de previsão possível. O problema é que o futuro não é previsível, no máximo se pode aprender com os erros do passado. O que se sabe até agora: democracia é um método de escolha de liderança. A liderança é um fato vital, o eleitor escolhe o líder e o líder escolhe o governo. Quando alguém que não é líder é eleito – Dilma Rousseff pode ser um exemplo desse ponto – o resultado é imprevisível, percebe?


Fim da novela

Tudo vai bem quando tudo acaba bem. Ele tinha DNA petista, mas faltava a filiação. Faltava! O vereador Venâncio Cardoso, enfim, foi aceito no PT, segundo apurou a coluna. Nomes como o vereador Dudu relutavam em aceitar Venâncio. A alegação é de que ele tem potencial de muitos votos e tomaria lugar dos “petistas raiz”. A chapa da federação quer eleger nada mais, nada menos, que sete vereadores.


Salto quântico

Para facilitar as contas do leitor: Dudu, Deolindo, Elzuila Calixto, Pollyana Rocha e Venâncio possuem mandato e são favoritos para a reeleição (possuem mais visibilidade e estrutura que os desafiantes). Ainda deve ingressar um novo candidato, com mandato: Leonardo Eulálio, que hoje preside o PL, mas nunca abraçou a bandeira bolsonarista com unhas e dentes. Outros nomes que podem entrar no PT, segundo apurado pela coluna, mas ainda em fase de conversa: Zé Filho, Joaquim Caldas e Enzo Samuel. "Fizemos uma estratégia que deu certo na Assembleia e na Câmara dos Deputados, de chapas grandes, não podemos ter medo. É melhor ter um candidato de 4 mil votos do que vários de 500 ou que estão com a gente e flertando com outros grupos. Aí estão todos no mesmo patamar, talvez só a Elzuila está mais forte", confidenciou um petista, em reserva.


Para ler, ver e ouvir

Vou fazer a você, leitor, uma oferta irrecusável. Se você nunca viu a trilogia “O Poderoso Chefão”, faça um favor a si mesmo e vá assistir. Se já viu, reveja esse clássico absoluto. A obra-prima dirigida de maneira precisa por Francis Ford Copolla e baseada nos livros de Mario Puzo, é menos sobre a máfia e mais sobre poder, família, sonho americano e capitalismo. Uma diversão muito inteligente. Como disse Don Corleone (Marlon Brandon) ao senhor Bonasera, no início do filme I: “Um dia, e pode ser que esse dia nunca chegue, vou procurá-lo e pedir-lhe que faça um serviço para mim”. Esse dia chegou para nós, leitor, veja o filme.


Foto do dia

Há um pressuposto na política: todo governo busca maximizar o apoio político. Renato Berger, Gustavo Gayoso e Luís André com o prefeito Dr. Pessoa, comprovam a máxima: “Estamos juntos com o prefeito, firmes e fortes”, disse o vereador Luís André à coluna após sair do gabinete do prefeito. Os três devem ser candidatos pelo Republicanos e, em meio às turbulências da última semana na relação entre Legislativo e Executivo, mostram alinhamento com o Palácio.


A frase para pensar

“Lacerda não tinha amigos, mas sim instantes de amizade”, Roberto de Abreu Sodré (1917-1999), político, sobre a tendência de Carlos Lacerda a se voltar contra antigos companheiros.

 

 

Colunas anteriores