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Coluna 24/07/23

Os novos ventos no tabuleiro eleitoral em Teresina

Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo, leitor? Vivendo esta máxima, a coluna retorna à escrita sem nunca ter deixado de conversar (e ouvir conversas), afinal, a política não para. No recesso Legislativo e Judiciário, no entanto, a marcha anda em outro ritmo. Segue um resumão do que aconteceu na última semana, considerando que o leitor também tenha tirado, vá lá, uns dias de folga.


Caminho sem volta

As arestas entre MDB e PSD parecem ter sido aparadas. O deputado federal Marcos Aurélio Sampaio tem aparecido cada vez mais com o médico Paulo Márcio e, no final de semana, com o senador Elmano Férrer, em possíveis testes de chapa. A candidatura própria do PSD/MDB em Teresina desequilibra o jogo e força um segundo turno, acreditam nomes da própria base. Esse parece ser o caminho.


Legitimidade

Ser candidato majoritário requer paciência. Nos Estados Unidos, por exemplo, os políticos passam praticamente dois anos em campanha prévia para se cacifar. Nem todo mundo tem essa paciência. Mas Franzé Silva tem. O presidente da Alepi tem imprimido um ritmo forte de campanha pra valer, o que força os opositores a alcançá-lo nos grandes eventos e articulações (leia abaixo mais considerações sobre esse tema).


Fora da agenda

O mundo político acha que Sílvio Mendes (União Brasil) é mais candidato do que nunca e a ventilação do nome de Luciano Nunes para compor com ele, levando o PSDB, fez com que a deputada Bárbara do Firmino (Progressistas) reagisse. Ela tem intensificado encontros políticos, alguns divulgados, outros (mais interessantes) não.


Como é que é a história?

Dr.Pessoa é candidatíssimo à reeleição, fazendo obras grandes e pequenas em toda a cidade e ganha um café forte quem ousar tentar demovê-lo da ideia. Isso não significa que os apoiadores do deputado Jeová Alencar (Republicanos) não comentem dia e noite que ele se prepara para ser candidato a prefeito também. Como conciliar as duas posições? Quem souber, faça o favor de informar à coluna.


Cadê o homem?

A turma que frequenta o Palácio de Karnak monitora discretamente quem participa ou não dos eventos do Governo do Estado. Se, por acaso, passassem uma lista de frequência, o presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel (PDT), estaria reprovado por falta. “O homem (Enzo) era assíduo e parou de ir: luz amarela”, disse à coluna uma fonte que anda muito no Karkak, na oposição e no Palácio da Cidade (sim, leitor, quem tem jeito pra coisa, dá aula).


Gato de Schrödinger 

Como está o placar da votação no diretório municipal do PT de Teresina para a escolha do candidato a prefeito? Pergunta simples, resposta não tão simples. Caso o leitor passe no rumo da Assembleia Legislativa, nas proximidades do gabinete do deputado Franzé Silva, sairá crente de que o escolhido, será ele. Se andar mais alguns metros e parar no gabinete de Fábio Novo, não vai ter sombras de dúvidas de que Novo já é o nome. Um paradoxo que nem físico austríaco Erwin Schrödinger, em seu famoso experimento realizado em 1935 com um gato em uma superposição de estados (o leitor pode fazer o favor de pesquisar no Google pois a coluna tenta - e falha miseravelmente - ser sucinta), conseguiria decifrar.


Eles não poderiam discordar mais

Pois bem. A coluna perguntou a um apoiador de Fábio Novo quantos votos ele tinha no diretório do PT de Teresina. Resposta: “Com o Fábio, 27, mais 2 indecisos, e 17 com Franzé, totalizando 46 votos”. Adepta do jornalismo investigativo, a coluna foi contrapor os dados com não um, mas dois apoiadores de Franzé Silva. O mais calmo deles disse o seguinte: “Franzé ganha do Fábio por diferença de 7 a 10 votos”. O outro, menos calmo, respondeu: “O pessoal do Fábio Novo está usando a ata da fundação do PT, esse povo nem está mais vivo”. Xiiii...


Foto do dia 

A ex-deputada federal, Margarete Coelho hoje na diretoria de Administração e Finanças do Sebrae e, amanhã, quem sabe, pode estar na presidência da Caixa Econômica Federal, no lugar de Rita Serrano, indicada do PT. Como o presidente Lula não quer mudar a proporção de mulheres no Governo (o que desagrada sua base), Margarete seria a melhor opção, indicada naturalmente pelo Progressistas.

A coluna questionou sobre a informação que circula forte em Brasília ao senador Ciro Nogueira e ao deputado Júlio Arcoverde. Ambos disseram não estar a par da questão, pois são da ala do partido que é contra a adesão ao Governo Lula. Tudo bem, tudo bem... De qualquer forma, a Caixa é um braço do Ministério do Desenvolvimento Social, pois é quem faz os pagamentos do Bolsa Família. O ministro Wellington Dias, por sinal, disse que Rita está fazendo um ótimo trabalho e deve ficar. Mais uma missão para o presidente Lula exercitar seu lado de negociador, forjado nas greves do ABC na década de 70.


A frase para pensar

“Metade do trabalho que é realizado no mundo é para fazer as coisas parecerem o que não são”, Elias Root Badle, ministro americano do século XIX.

 

 

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