Cidadeverde.com

Sílvio critica saúde e João Vicente defende geração de emprego

Imprimir

No segundo bloco do debate entre os candidatos que concorrem ao governo do Estado, os políticos fazem perguntas entre si, tema livre.  O candidato que pergunta e o que responde são sorteados e a sequência continua em sentido horário.


O primeiro a perguntar foi o candidato tucano Silvio Mendes. “Quais as intervenções que o senhor faria na Saúde para que as pessoas não precisem ir para Teresina, para que elas possam ser tratadas na própria cidade?”





Quem respondeu o questionamento foi o pastor Francisco Macedo do PMN. “Sabemos que a saúde está municipalizada e que os recursos estão garantidos. Até hoje me pergunto porque os prefeitos não conseguiram modernizar a Saúde no nosso Estado”, disse. 


Macedo afirmou que todos discutem a Saúde, mas ninguém discute a prevenção e acredita que a alimentação é um fator importante. “Porque os salários são baixíssimos, não sei como o trabalhador que ganha salário mínimo consegue sobreviver. Embora possamos contar com saúde de boa qualidade, podemos melhorar, por isso eu preciso do seu voto, eleitor”.



Silvio Mendes comentou que é preciso que haja melhora nos recursos humanos e nas condições de trabalho e que isso é de responsabilidade das três esferas: municipal, estadual e federal.  “Temos bons profissionais, eu não sei por que essa lenga-lenga de não atender”, emendou Macedo.



Emater

A segunda pergunta foi feita pelo candidato do PMN para o governador que tenta a reeleição, Wilson Martins (PSB) sobre como melhorar a assistência técnica e a extensão rural.




“Já fizemos e avançamos muito. Emater está em todos os municípios. Fortalecemos o número de servidores através de concurso. Fortalecemos a agricultura familiar. Nunca houve tanto crédito como no governo Lula, Wellington Dias e Wilson Martins”, respondeu o peessedebista. Martins disse ainda que o seguro garantia safra aumentamos cinco vezes durante o governo do qual faz parte e que foi inclusive adiantado para agosto e setembro o pagamento de R$ 60 milhões referentes ao mês de novembro.

Macedo comentou que embora a Emater tenha bons profissionais, o governo estadual nunca implementou o plano de cargos e salários. Martins afirmou que está ciente do problema. “São técnicos que ganham diferente por questões da Justiça, sabemos disso e vamos igualar os salários, fazendo valer o plano”, garantiu.


Potência
Pela ordem, o governador Wilson Martins foi o terceiro a perguntar e direcionou sua questão à candidata Teresa Brito (PV).  O questionamento foi sobre as potencialidades do Estado e o que fazer para desenvolver o Piauí.




“O Piauí tem um potencial grande no setor turístico, na mineração, no agronegócio, na Educação. Mas primeiro é preciso implantar infra-estrutura para atrair investidores, estradas, energia”, afirmou. A candidata verde ainda demonstrou preocupação com a exploração adequada dos recursos naturais. “Na mineração é preciso extrair de forma correta, para evitar a desertificação, como ocorreu em Gilbués, não queremos o desenvolvimento pelo desenvolvimento. O agronegócio é possível se privilegiar as áreas já devastadas e implantar uma agricultura correta com a agricultura familiar”, concluiu.

Martins comentou que até 2003 os políticos do Estado não tinham projetos de infraestrutura. “Temos agora estradas, a construção de ferrovias que viabiliza o desenvolvimento através da mineração, agronegócio, arranjos produtivos. Temos apenas 10% das nossas terras cultivadas, vamos intensificar a exploração”, assegurou. “O governo atual tratou apenas de ‘estradinhas vicinais’. Energia elétrica é de responsabilidade do governo federal. Temos reservas mas é preciso construir redes de redistribuição”, replicou Teresa Brito.



Colher
Em seguida, Teresa Brito perguntou a Romualdo Brazil (PSOL) o que ele faria, se eleito, para melhorar a agricultura familiar no Piauí.




Brazil afirmou que não há agricultura familiar no Estado, porque não existe ajuda dos órgãos estaduais. “Isso é um propósito para tentar demonstrar que a agricultura familiar é inviável, mas 72% do que vai à mesa no Brasil vem da agricultura familiar”, enumerou. O socialista exemplificou que em Demerval Lobão há um impasse em um assentamento de 973 hectares que, segundo ele, tivera laudo do INCRA para realizar a reforma agrária, mas que recentemente foi desautorizado pelo mesmo órgão. “Veja só quem são os proprietários: um mora no Rio de Janeiro, outro em Varjota, três no Jockey Clube. Dessa forma não temos agricultura, dessa forma vão se multiplicar cartões e bolsas para iludir o povo”, disse.

Brito comentou que pretende implementar tecnologia “do século 21” no campo e realizar reforma agrária no Piauí. “É preciso dar assistência técnica, semente a você, homem do campo, para que você possa produzir em menos tempo e com pouca chuva, ter autonomia para sua sustentação”. Brazil voltou a falar do caso de Demerval Lobão afirmando que no assentamento não há bandidos e que o INCRA já havia contestado que a terra não era produtiva.


Tributo

Depois foi a vez de Romualdo Brazil perguntar a João Vicente Claudino (PTB) o que ele faria para fazer a reforma tributária no Estado.




“No Congresso estamos lutando há muito tempo por isso. Este é um dos grandes inibidores do desenvolvimento. É preciso dar equilíbrio ao desenvolvimento que nasce. A burocracia prejudica abrir uma empresa, a corrupção pública e o velho jeitinho impedem de se desenvolver regiões. Tenho convicção que é preciso que o país e o Estado tenham habilidade tributária para estimular investimento, gera r emprego. A reforma tributária irá agilizar os investimentos”, respondeu o senador.

Romualdo Brazil afirmou que, diferente do que disse João Vicente, a reforma tributária pode sim ser feita a nível estadual, independente da vontade do Congresso Nacional. “O Ceará e Maranhão fizeram. No Piauí o imposto é cruel: 22%. Não tem quem agüente carga tributária dessa”. O petebista rebateu afirmando que o governo do Estado pode contribuir, desburocratizando, mas é importante que a reforma aconteça a nível federal.

Estrutura
Finalizando o bloco, João Vicente Claudino perguntou a Silvio Mendes, quais atitudes ele teria para desenvolver o Piauí?





O tucano respondeu dizendo que é preciso fazer várias intervenções. “Quero aqui elogiar o governador Wilson Martins, pelas estradas que foram feitas, embora não tenha conseguido realizar estradas estratégicas como a transcerrados e a ferrovia Transnordestina. O PAC é fantástico que se fosse bem aproveitado. PAC no Piauí é o pior do Brasil. Existem 10 estradas paradas quando as posições do governo federal são favoráveis”, alfinetou Mendes, criticando o governador que foi um quem encabeçou o Programa de Aceleração do Crescimento, no Piauí, quando era vice-governador.

“Não temos um Estado verdadeiramente empreendedor. Para criar o ambiente com potencial de agroindústrias, turístico, de minérios, é preciso que segmentos mais prementes dêem resultados melhores. Vejo pouco o Estado qualificar as pessoas para que elas ocupem lugares nestas empresas que estão vindo. O que vemos é o Estado importar essa mão-de-obra”, comentou João Vicente. Silvio Mendes, por sua vez falou da necessidade que o Piauí tem de gerar energia elétrica e de realizar um financiamento estratégico.



Carlos Lustosa Filho
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais