Três estudantes que participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no último fim de semana, foram eliminados ainda durante a prova. Eles utilizaram o telefone celular para acessar o microblog Twitter. Uma equipe do Inep, instituto responsável pelo Enem, monitorava o Twitter, quando percebeu que os alunos postavam mensagens.
A Polícia Federal diz que ainda não há indícios de vazamento da prova. O presidente Lula diz que, se necessário, governo fará nova prova do Enem.
O problema ocorreu com um estudante no sábado, em Tocantins, e com outros alunos dois no domingo (Pernambuco e Minas Gerais). Nos três casos, segundo o Ministério da Educação, a prova foi tomada dos alunos por fiscais.
O Enem está suspenso desde a última segunda-feira (8), por conta de uma decisão da Justiça Federal do Ceará. O MEC deverá recorrer até a sexta-feira.
PROBLEMAS
A Defensoria Pública da União recebeu entre ontem e anteontem perto de 3.600 e-mails de estudantes de todo o país que se disseram prejudicados pelas falhas no Enem. As entidades estudantis UNE e Ubes contabilizaram 600 e-mails e 50 telefonemas com reclamações parecidas.
Um mesmo aluno pode ter se queixado tanto à Defensoria Pública quanto à UNE/Ubes. O número é mais alto que os 2.000 estudantes que o Ministério da Educação aponta como prejudicados.
A Defensoria Pública e a UNE/Ubes analisarão as reclamações dos estudantes e, depois disso, decidirão que medidas serão tomadas.
A Defensoria poderá levar à Justiça ação pedindo o cancelamento do Enem e a realização de nova prova. Na segunda-feira (8), uma liminar (decisão provisória) da Justiça Federal no Ceará ordenou a suspensão do exame.
O MEC diz que foram entregues 21 mil cadernos com erros de impressão, mas só 2.000 não foram trocados. Só esses estudantes, afirma, precisam refazer o exame.
Nas queixas enviadas à UNE/Ubes, os alunos apontaram outros problemas, como folhas de respostas com o gabarito de ciências da natureza incorretamente grafado como ciências humanas.
Também se queixaram do clima de insegurança durante a prova pelo fato de os fiscais não terem dado esclarecimentos precisos sobre os cadernos amarelos e o gabarito trocado.
Fonte: FOLHA