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Merlong: plano de cargos e salários da Agespisa é excessivamente caro

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O secretário de Governo do Piauí, Merlong Solano, comentou nesta quarta-feira (26) sobre a crise da gestão da água no Estado. A série de reportagens “Gestão da água: a crise que transborda”, da TV Cidade Verde, tem mostrado a problemática que envolve a administração do fornecimento de água e a falta de saneamento básico.

Com a experiência por já ter sido presidente da Agespisa, sobre o tema, Merlong disse que em relação a pessoal, o problema diz respeito à implantação de um plano de cargos e salários excessivamente caro, que está muito além das possibilidades de arrecadação da empresa, fazendo com que ela seja uma das que, em termos relativos, mais gasta com pessoal no Brasil. 

“Enquanto as empresas mais bem geridas gastam de 25% a 35% do seu faturamento com a folha de pessoal próprio, a Agespisa gasta 60%. Além disso, parte desse pessoal já não tem condições de trabalho, o que torna a empresa dependente de terceirizados. Essa é a principal explicação”, contextualiza.

O secretário também destacou que a dívida de mais de R$ 1 bilhão do órgão impede que ele firme contratos e faça investimentos para melhor disponibilizar o serviço. “Não podemos esquecer problemas de gestão que, ao longo de décadas, em muitos momentos, não adotou como prioridade recuperar a empresa, torná-la ágil e eficiente, e sim favorecer esquemas de poder. Isso levou a empresa a essa situação de severo endividamento, consagrado em balanço em mais de 1 bilhão de reais, somada à incapacidade de celebrar contratos com o sistema financeiro e convênios com o governo federal em razão de não ter as certidões negativas necessárias.

Vislumbrando a solução com a implantação do Instituto de Águas, o secretário diz ainda que a saída é a que o governador Wellington Dias está tentando implementar: criar um ente público novo, transferindo as atribuições da Agespisa para uma autarquia, o Instituto, livre dos passivos que continuam onerando o ente antigo, que é a sociedade de economia mista da Atual gestão. Esse passivo ficará na Agespisa, que será absorvida pela Emgerpi, portanto, passará a ser um passivo do Estado do Piauí.

“O governador faz questão de deixar claro que os servidores que já trabalham na Agespisa terão garantidos todos seus direitos trabalhistas legais, sem nenhum prejuízo. O Instituto aos poucos comporá nova equipe, utilizando inclusive força de trabalho da Agespisa. Parte do pessoal será aproveitado no Instituto, percebendo a remuneração do atual plano de cargos e salários. No momento que for necessário e viável fazer concurso, pessoal novo entrará sob a égide de um novo plano de cargos e salários que, necessariamente, levará em conta a necessidade de ter uma empresa ágil e eficiente por um preço que a sua arrecadação possa pagar, sem onerar demasiadamente as tarifas de saneamento básico, de modo que essas tarifas permaneçam acessíveis às condições econômicas e financeiras da maior parte das famílias piauienses”, finaliza.

Assista a última reportagem da série:

Lyza Freitas
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Tags: agespisa