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Lewandowski chama impeachment de Dilma de “tropeço na democracia”

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Ministro Ricardo Lewandowski durante sessão da 2ª turma do STF. Foto: Nelson Jr./SCO/STF (27/09/2016)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski classificou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como um “tropeço na democracia”, daqueles que o país tem a cada “25, 30 anos”, nas palavras dele. A declaração foi dada pelo magistrado durante aula a estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), na última segunda-feira (26). O áudio foi divulgado pelo site da revista Caros Amigos.

Lewandowski presidiu o julgamento que resultou na cassação de Dilma em agosto na condição de presidente do Supremo, cargo que ele passou para a ministra Cármen Lúcia este mês. “Esse impeachment, todos assistiram e devem ter a sua opinião sobre ele. Mas encerra exatamente um ciclo, daqueles aos quais eu me referia, a cada 25, 30 anos no Brasil, nós temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável. Quem sabe vocês, jovens, conseguem mudar o rumo da história”, disse o ministro aos alunos.

Confira o áudio de Lewandowski

O ex-presidente do Supremo também criticou a decisão do presidente Michel Temer de promover uma reforma do ensino médio por meio de medida provisória. “Reforma do Ensino Médio por medida provisória? Alguns iluminados se fecharam num gabinete e decidiram ‘Vamos tirar educação física, artes’. Nem projeto de lei foi. Não se consultou a população”, ressaltou.

A reportagem da Caros Amigos acompanhou a aula do ministro na expectativa de entrevistá-lo logo em seguida. Mas o ministro declinou da entrevista, alegando que o momento era inoportuno. De acordo com a repórter Lilian Primi, nos 30 minutos finais da aula, Lewandowski falou sobre a democracia representativa desde a sua origem e citou fatos e características da política brasileira para ilustrar os conceitos que procurava ensinar.

“Explicou que em uma democracia, o cidadão elege um político baseado na proposta do partido, que pode expulsá-lo caso abandone essa proposta depois de eleito. E ressalvou, em seguida, que no caso brasileiro, onde os partidos não têm propostas, as negociações ‘são feitas add doc’, a cada projeto e por meio de trocas das mais variadas espécies e alianças”, conta a reportagem.

O Congresso em Foco procurou o ministro por meio da assessoria de imprensa do STF, mas ele ainda não se manifestou sobre o assunto.

Fonte: Congresso em Foco

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