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Estudante vítima de estupro coletivo em Bom Jesus recebe alta de hospital

Hospital Regional Manoel de Sousa Santos

A garota de 17 anos vítima de estupro coletivo na cidade de Bom Jesus, na madrugada de ontem (20), teve alta do Hospital Regional Manoel de Sousa Santos, no início da tarde deste sábado (21). A família conta que a menina tem tido crises de choro, está assustada e com dificuldades para dormir. 

"A gente está cuidando dela como se fosse uma casquinha de ovo para não quebrar.  Quando chegamos do hospital, por volta de 13h, ela almoçou e foi se deitar, mas não conseguiu dormir. Parece que quando estava tentando cochilar, vinha uma imagem na cabeça dela e ela ficou agitada e gritou: sai daqui", disse uma tia que preferiu não ser identificada.

Ela conta ainda que a sobrinha está tendo acompanhamento psicológico e nesta tarde recebeu em casa a visita de uma psicológa do Centro de Referência Especializado de Assistência Social  (Creas). A tia diz que a jovem tem lapsos de memória, mas é capaz de contar o que ocorreu antes de ser levada para obra abandonada no centro da cidade, onde foi vítima dos agressores. 

"Ela não lembra o que ocorreu no momento, só o que aconteceu antes. Ela saiu de casa às 21h dizendo que ia para casa de uma amiga, mas não foi. Minha sobrinha diz que os meninos a chamaram para 'subir', e ela pensou que era para a praça da Catedral, porém eles levaram a menina para esse local. Ela lembra também que eles levaram litros da cachaça Pitú e todos beberam, sendo que eles também usaram drogas. Quando eu recebi a notícia era por volta de 1h", relata a tia. 

A vítima foi encontrada seminua e amordaçada com a própria roupa e com pedaços de isopor na boca. A estudante apresenta pequenos arranhões pelo corpo que denotam que ela ainda tentou se defender, de acordo com a família. A pesar de estar nitidamente abalada, a jovem já fala em ir para escola, na próxima semana. A tia disse ainda que a jovem não era acostumada a ingerir álcool e havia experimentado bebida alcóolica, pela primeira vez, recentemente. 

"Ela ficou desacordada por cerca de 8h e quando acordou no hospital teve que ser medicada com tranquilizantes, porque estava muito agitada. Minha sobrinha não foi submetida a nenhuma cirurgia e está sendo acompanhada pelos psicólogos. Quando alguém chega à nossa casa, ela vai correndo para o quintal. Parece que está com medo. Mas hoje mesmo falou que na segunda-feira vai para a escola, pois tem prova. Não sei se isso será possível", acrescenta a tia

A jovem cursa o 1º ano do Ensino Médio e mora com a tia, sobrinhos e a avó. 

Suspeitos

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil que confirmou que o estupro foi consumado por mais de uma pessoa e que a vítima estava embriagada no momento do abuso sexual. Os suspeitos têm idades entre 15 e 18 anos. 

"A polícia está apurando agora a participação individual de cada um deles. Sabemos que alguns estavam embriagados, outros não, e somente o maior e mais um ou dois adolescentes participaram do abuso. Isso é o que vamos apurar", informou o agente de polícia Carlos George que acrescenta que três teriam confessado ter violentado a jovem; dois sustentam que não praticaram o abuso, mas estariam presentes no local do crime. 

A tia acrescenta que um dos agressores estudava na mesma escola da sobrinha. Os outros quatro, a jovem teria conhecido há algumas semanas. 

 

Graciane Sousa
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