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Adolescentes confirmam ameaças e autorizam exame de DNA durante audiência

Diante do juiz Heliomar Rios Ferreira e do promotor de justiça, Francisco Santiago, os quatro adolescentes negaram participação no estupro coletivo contra a jovem de 17 anos em Bom Jesus (a 635 km de Teresina). Hoje (1º) aconteceu a primeira audiência no fórum da cidade e os menores foram ouvidos na presença dos pais, advogados e representante do Conselho Tutelar. 

A audiência durou três horas, iniciando às 8h e encerrando às 11h. Os adolescentes mantiveram a mesma versão de que não presenciaram a garota sendo abusada sexualmente. No inquérito da polícia, a jovem foi encontrada seminua e amordaçada com a própria roupa em uma obra em construção no Centro de Bom Jesus no dia 20 de maio.

Os menores contaram ao juiz que foram para o local apreciar a paisagem e que eles já encontraram o rapaz e a jovem no local. Informaram que eles (o rapaz e a vítima) estavam paquerando,  trocavam carícias e que ela não estava desacordada. No depoimento, os menores garantem que saíram e deixaram os dois na obra e foram para a praça da matriz. Uma hora depois, os meninos relataram que o rapaz – que se encontra preso -  foi até a praça e pediu ajuda para que eles pudessem vestir e levarem a garota até  um local seguro. Os quatro menores foram, mas desistiram de ajudar a jovem, pois um vizinho apareceu e eles ficaram assustados.  

Durante o depoimento, dois dos adolescentes choram e afirmaram que estavam envergonhados pelo ocorrido. Todos pediram ao juiz para não serem levados para o CEM (Centro Educacional Masculino) em Teresina. 

Eles confirmaram na presença do juiz e do promotor que foram ameaçados pelo rapaz de 18 anos. Na delegacia, o rapaz teria pedido para que eles assumissem o crime, já que são menores e “não iria acontecer nada” com os adolescentes. Segundo eles, a proposta não foi aceita.

O advogado Paulo de Tarso Santos Martins confirmou ao Cidadeverde.com que os adolescentes autorizaram a realização de exames de DNA para ajudar na tese que eles estão defendendo.

“Eles garantem que são inocentes e permitiram durante a audiência que fosse realizado o exame de DNA”, disse Paulo de Tarso.

O advogado também elogiou a postura do juiz Heliomar Rios.

“É um juiz sério, imparcial e que está se baseando nas provas dos autos e que até agora não incrimina nenhum dos adolescentes”.  

O laudo pericial constatou que houve conjunção carnal. O advogado Osório Marques Bastos Filho, que defende dois dos adolescentes, contesta a versão do delegado Aldely Fonteneli e da promotora que apontam índicos de estupro.

“Os exames dizem o contrário. A vítima não apontou os menores como participando do crime e os exames demostraram a inexistência de violência o que seria imprescindível no estupro coletivo”, disse Osório Filho. 

O advogado não quis dar detalhes sobre a audiência, alegando que o caso corre em segredo de justiça, mas que aguardará os resultados dos exames para se manifestar. 

 

Flash Yala Sena
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