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Médico legista se emociona ao falar da falta de estrutura para trabalhar

O médico legista de Bom Jesus, Elvas Filho, fez um desabafo sobre as condições de trabalho que possui no Hospital Regional Manoel Sousa Santos, onde neste final de semana teve que periciar nove corpos do trágico acidente na BR-135, na manhã de sábado(18). Devido à falta de estrutura, o médico encaminhou cinco corpos para o Instituto Médico Legal (IML) em Teresina.  

Em entrevista ao Acorda Piauí na rádio Cidade Verde, na manhã desta segunda(19), Elvas Filho disse que trabalha em uma sala sem refrigeração, sem carro tumba para transportar os corpos e sem material humano para auxiliar na perícia e identificação dos cadáveres. Somente este ano, o hospital precisou reconhecer pelo menos 31 corpos vítimas de acidentes de trânsito, só da BR-135. 

“A nossa revolta na região, de quem trabalha por aqui, é que somos esquecidos. Tanto por uma BR que é um absurdo e porque ficamos praticamente isolados do mundo, já que Bom Jesus fica a 600 ou 700 quilômetros de qualquer cidade de porte mais avançado e não somos estruturados em nada. Não temos um hospital com qualidade de dar um atendimento adequado e não temos nenhuma condição de IML. Não temos material humano para auxiliar na parte da perícia, a questão papiloscópica e auxiliar de necropsia. Não temos carro tumba para remover os corpos ou câmaras de refrigeração para conservar os corpos e sequer temos sala adequada com ventilação, com ar-condicionado e com exaustão”, descreve emocionado, o médico legista. 

Ele fez um apelo para que as autoridades priorizassem a região, já que “tem muito tempo que é assim e com o passar do tempo, teria que melhorar um pouco, mas só piora”, reitera. 

Dos feridos que deram entrada no Hospital de Bom Jesus, cinco foram transferidos para Hospital Tibério Nunes em Floriano e uma criança para um hospital particular de Teresina. 

Os mortos foram identificados como: Antônia Vieira de Souza, Francisco Gildenio Correia da Silva, Samuel Luiz Gomes Filho e Fabiana Maria de Lima. Os outros cinco corpos que estão em Teresina, aguarda a chegada da família para o reconhecimento. 

Veja áudio na íntegra do médico:

 


Caroline Oliveira
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