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COVID-19: a avassaladora segunda onda

Desde o início da pandemia de COVID-19 já se previra a ocorrência de repetidas levas de picos de doentes e de mortes no mundo inteiro. Falava-se em achatar a curva (e nós já falamos disso aqui) porque a velocidade das infecções sufocaria os sistemas de saúde como aconteceu em vários lugares do mundo como na Itália, para não citar outros. No Brasil não seria diferente. O descuido do início em manter as cidades funcionando como se a doença fosse uma simples “gripezinha” provocou a primeira grande explosão de casos ainda no primeiro semestre de 2020. Os governantes não perceberam a importância do fenômeno e muitos cuidaram como uma boa oportunidade de usar recursos para fins nada republicanos.

Diminuir as interações sociais, usar máscaras de proteção e higienizar bem as mãos têm sido premissas incentivadas desde o início do processo de disseminação do vírus. Uma turba de ignóbeis tem tratado estas medidas como desnecessárias. Aliás os mesmos que condenam o uso das vacinas, desconfiados do pouco tempo de maturação delas por parte de laboratórios, especialmente quando estes, com toda razão, baseados no tempo curto, não querem assumir quaisquer ônus sozinhos por causa do uso intempestivo destas vacinas, por mera necessidade de barramento da doença, como vem sendo feito e com grande sucesso nos países que assumiram a dianteira na imunização de seus cidadãos.

O Brasil, uma das maiores potências mundiais na produção de vacinas, se colocou como um dos últimos a providenciar aquisições e, em razão de uma desmedida disputa de cunho político-eleitoreiro tem colocado seus cidadãos em risco permanente: seja por não dispor de vacinas para todos, seja por incentivar o uso de medicamentos sem qualquer tipo de embasamento científico ou mesmo por não dispor de condições de atendimento médico-hospitalar em todos os lugares.

A segunda onda chegou e tem sido avassaladoramente pior do que a primeira, com um pico altíssimo de doentes e condições de acolhimento a estes doentes bem piores, visto que, em muitos lugares, os hospitais de campanha, criados como uma alternativa para suprir carências de leitos permanentes, foram desativados. Agora suspeita-se que as novas variantes do vírus estejam pegando uma parcela da população antes poupada pelas primeiras cepas virais: os mais jovens. Esta tendência é explicada pela seleção natural. Se o vírus de uma cepa interrompe seu ciclo matando seu hospedeiro, este vírus está fadado a ser eliminado. As mutações, permanentes alterações do material genético viral, vão proporcionando novas características aos vírus. Os vírus mutantes em organismos mais jovens podem debilitar mais estes grupos e até não eliminá-los, mas os utilizam como veículo para proliferação e continuidade do ciclo. É a natureza em curso, o tempo todo.

O grande problema é que, dada sua simplicidade, os vírus se modificam muito rapidamente. Bem mais fácil do que mudar a cabeça dos tolos e a percepção dos políticos que, mesmo no caos, não deixam tirar proveito da situação. Proveito político ou econômico. Enquanto isso o SARS-CoV2 vai vencendo a guerra com vantagem.

Pense bem ao escolher e defender políticos que são bem piores do que este vírus. O vírus pelo menos está evoluindo.

Até a próxima!

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