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Ministro do MCTIC aposta em melhorar a vida das pessoas

Há alguns dias atrás escrevi um post comentando sobre a indicação do Astronauta Marcos Pontes (clique aqui) para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Este Ministério se tornou um dos meus pontos de observação do Governo porque desde 2014 me aproximei em razão das minhas ocupações, seja pelo período em que presidi a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI) ou pelo período em que fui Superintendente Estadual de Ciência e Tecnologia.

Na posse, no último dia 02, Marcos Pontes foi atencioso para com os jornalistas e na transmissão ao vivo pelas redes sociais do MCTIC ouvi sua preocupação em alinhar-se com relação à formação, à manutenção da pesquisa e ao estímulo à inovação. Na verdade, o grande papel de um órgão de Ciência e Tecnologia é ajudar no desenvolvimento do país. É preciso saber colocar na cabeça dos governantes que recursos empreendidos com o desenvolvimento científico e tecnológico não pode, em hipótese alguma, ser visto como despesa. É preciso que seja visto como investimento.

A bem da verdade, se formos compreender o desenvolvimento de algumas nações como o Japão do pós-guerra e da Coreia do Sul da década de 1960 para cá, é preciso contar que este desenvolvimento esteve atrelado ao crescimento da relação entre a formação de bens de capital, especialmente da Indústria com as universidades. O exemplo da Coreia é bem mais recente: hoje das dezenas de marcas de produtos coreanos como Samsung, LG, Kya, Hyundai e muitas outras tiveram parte do desenvolvimento de seus produtos e serviços criados, gerados, nos laboratórios das universidades. Ou seja, muitos dos produtos que hoje usamos como aplicativos, recursos inteligentes em smartphones, smartvs ou em automóveis podem ter iniciado com o trabalho de conclusão de curso de um estudante, orientado por um pesquisador.

Em países desenvolvidos fizeram-se necessárias políticas de aproximação entre a academia e o setor produtivo, o que muitas vezes, no nosso país, provoca uma urticária tanto nos pesquisadores quanto nos empresários. Mas é importante dizer: não há crescimento e desenvolvimento de tecnologias sem esta aproximação. A indústria precisa contar com a expertise dos pesquisadores e a pesquisa precisa contar com a urgência e os recursos da indústria. Mas é difícil convencer tanto aos empresários que a pesquisa básica sustenta a pesquisa aplicada, quanto aos pesquisadores que é necessário otimizar recursos para obtenção de lucros no caso específico das indústrias. Neste caso faz-se mister o papel do Governo em incentivar a pesquisa básica ilustrado na fala do agora Ministro Marcos Pontes.

Ainda da sua fala ficou clara a preocupação com as diferenças regionais. Ele afirmou da necessidade de se levar a banda larga para todos os lugares do Brasil. Não é concebível que o Ministério da Educação esteja investindo em mediação tecnológica para tentar dar condições similares para estudantes que vivem nos rincões, sem uma internet de banda larga. Na minha visão pessoal já é um prejuízo considerável ter aulas a distância ao invés de dispor sempre do melhor professor ali ao vivo e a cores, imagine tendo que assistir aulas com um sistema falhando porque a internet não consegue chegar em todos os lugares. Tirar as diferenças de todas regiões é um desafio hercúleo, mas precisa ser tentado.

Respondendo a um questionamento de um jornalista sobre o financiamento da pesquisa Pontes foi enfático em lutar por mais recursos orçamentários especialmente no tocante à pesquisa básica. Ele também abordou a preocupação do país com a Inovação. Em diferentes rankings relacionados ao registro de patentes de produtos ou processos o Brasil está entre os últimos colocados. É preciso, sobretudo, investir numa educação mais voltada para a inovação.

No anúncio de sua equipe um nome foi possível destacar: o secretário de Pesquisa e Formação é Prof. Dr. Marcelo Marcos Morales, professor titular da área de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em um cenário desolador onde a carência de recursos, especialmente para o ambiente universitário, o discurso do novo ministro mostrou-se como uma luz no final do túnel. Vamos aguardar.

Até o próximo post...

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