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Vídeo: invasores fazem novo ataque em sala virtual durante palestra da Uespi

Invasores fizeram um novo ataque durante uma palestra virtual do curso de História da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), do campus de Floriano, no interior do Piauí. Os ataques cibernéticos foram praticados na noite dessa quinta-feira (24), possivelmente, pelos mesmos autores da invasão a uma sala virtual do campus de Oeiras, na última quarta-feira (23). 

No meio da palestra, que contava com professores e pesquisadores renomados no país, os invasores enviaram vídeos pornográficos. Alguns deles não fizeram questão, sequer, de esconder o rosto. A discussão acadêmica era sobre territórios indígenas. 

"O projeto é voltado para alunos do curso e interessados. A cada live, a gente discute um tema e o de ontem era sobre história indígena. Pelas características foi o mesmo grupo que fez a invasão em Oeiras. Eles enviavam mensagens, cenas pornográficas e se autoidentificaram como um grupo de caça a administradores", explica Valério Negreiros, professor e coordenador do projeto História em Tela, na Uespi em Floriano.

Mesmo com as interrupções, a palestra seguiu após exclusão dos invasores. Valério Negreiros, caracterizou a ação como a de uma "mílicia virtual" e os invasores de "intolerantes". 

"Conseguimos excluir alguns deles e silenciar outros. Acredito que o tema tem atraído a atenção dessa milícia virtual. Temas de esquerdas como o de Oeiras que discutiu o anticomunismo, agora foi sobre história indígena. Esse grupo não concorda, não debate com essa visão dos povos indígenas, direitos humanos. Acredito que o tema foi um atrativo para eles interferirem e atrapalhar. Estamos avaliando fazer um boletim de ocorrência e entrar com todas a medidas judiciais para identificar e punir esse grupo de intolerantes. Acredito que o foco seja desestabilizar o debate público e plural da universidade", disse o professor. 

Para entrar na sala virtual, os invasores tiveram acesso a um link como se tivessem interresse na palestra.

O delegado Matheus Zanatta, titular da Gerência de Polícia Especializada (GPE), explica que, como os invasores tiveram autorização para entrar na sala virtual, os ataques se caracterizam como crime contra a honra. 

 

 

Graciane Sousa
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