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Apenas 30% dos casamentos são formalizados no Piauí, aponta IBGE

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O supervisor de Informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Pedro Soares, revelou alguns dados do Censo 2010 para o Piauí. Os resultados da pesquisa nacional foram divulgados na última sexta-feira (27) no site órgão e dizem respeito especialmente à qualidade de vida, aspectos familiares, emprego e renda.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

De acordo com o gestor, no Piauí há atualmente 156 mil trabalhadores com carteira assinada. A população ocupada no Estado chegou a 18% nos últimos dez anos. 

"O número de trabalhadores de carteira assinada quase dobrou de 2000 para 2010. Isso porque os empresários estão mais conscientes de que é melhor ter um empregado com carteira, porque quando ele é demitido evita uma ação judicial", explicou Soares, em entrevista ao Jornal do Piauí desta terça-feira (1).

Ainda sobre empregos, o supervisor ressaltou que, em média, no Piauí a mulher ganha R$ 300 a menos que o homem. Entretanto, este valor já é considerado um avanço quando comparamos os dados com o Censo de 2000. 


"É uma grande novidade. Hoje, a mulher ganha 86% da renda masculina. Há dez anos, era só 79% do salário do homem. Atualmente só perdemos para o Amapá, quando o assunto é igualdade social entre sexos", argumentou.

Pedro acrescentou que o avanço se deve ao aumento da quantidade dos anos de estudo das mulheres. "A tendência é aumentar ainda mais o rendimento feminino. Antigamente, quando as famílias tinham vários filhos, escolhiam apenas um ou dois para estudar. Geralmente eram os homens os escolhidos. Hoje todos os filhos estudam", explicou.

A média de salário das mulheres piauienses é de R$ 1.121,54 e dos homens é R$ 1.414,90.

Mortalidade Infantil

Outro dado importante divulgado pela pesquisa é que no Nordeste houve queda de 44,7% para 18,5% na mortalidade infantil. "Até a década de 1980, a questão dos cuidados com a criança e com a mãe deixava a desejar. Hoje essa questão mudou, especialmente por conta do Programa de Saúde da Família", explicou Soares.


O supervisor acrescentou que o aumento da renda mínima e a redução da taxa de fecundidade também contribuíram para a queda da mortalidade infantil no Nordeste. "Daqui a dez ou vinte anos, o IBGE espera que este crescimento seja negativo a nível nacional", disse.

Casamentos

Segundo o gestor do IBGE, no Piauí, já passa de 30% o número de casamentos não formalizados. "Isso se deve ao aumento no número de divórcios e separações judiciais, assim como a independência financeira da mulher", ressaltou.

Computadores em casa

Pedro Soares revelou que no Nordeste pouco mais de 20% das residências ainda não têm computador. Ele afirma que este número é o menor do Brasil e está relacionado diretamente com as precárias condições dos serviços de energia. "Com a ampliação da prestação de energia deve aumentar o número de computadores nas casas", considerou.

Jordana Cury
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