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Operação "Beth Cuscuz" prende 8 pessoas; Cliente pagava até R$ 50 mil

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A Polícia Civil do Piauí confirmou a prisão de oito pessoas na Operação Aspásia (nome em alusão a inteligente cortesã de Atenas), deflagrada na manhã desta quarta-feira (14). As acusações são favorecimento de prostituição, rufianismo (agenciamento), tráfico interno de pessoas e formação de quadrilha, além de manutenção de casa de prostituição. 
 
 
 
 
 
A delegada Daniela Barros, do Serviço de Operações Especiais, afirmou que as garotas eram trazidas de outros estados para Teresina e cobravam entre R$ 200 e R$ 500 por programa. Segundo depoimento de uma garota do Paraná, elas ficavam com 30% do valor cobrado. Um cliente chegou a pagar até R$ 50 mil no mês, segundo documentos apreendidos no escritório de Beth Cuscuz.
 
 
 
 
A delegada Andrea explicou que ficou configurada, durante a investigação, a exploração sexual. A investigação começou com a publicação de uma notícia em jornal de Teresina sobre o assunto. 
 
 
"A investigação é complexa e criou tentáculos envolvendo cinco sites que até ontem funcionavam. Eram utilizados para a exploração de mulheres", disse a delegada. Ela classifica como "cadeia" e "teia criminosa".
 
 
 
Foram presos Elizabeth Lourdes Oliveira, Keila Marina de Sousa Jacob, A.W.S.L, Rejane Ferreira Melo (gerente Beth Cuscuz), Carlos Roberto da Silva Passos (proprietário Copacabana), Goreth Maria Soares de Oliveira Ribeiro e Francisco Soares Bandeira. 
 
 
Durante a coletiva, a delegada mostrou os sites onde as mulheres eram "vendidas". gatasteresina, mostrateresina.com., pecadocazual.com, multiescolha.com e soastop.com
 
 
 
 
A delegada Daniela Barros informou que está chocada com o que se deparou nos locais. Ela comentou que nos quartos onde eram feitos os programas eram de péssimas condições. "Eram ambientes de pouca higiene. Se acha que prostituição de luxo é aquilo, é deprimente", relatou.
 
 
Segundo Daniela, a casa obrigava as garotas a preencherem uma comanda de R$ 120 por dia e só eram liberadas após a totalização.
 
 
Deprimente
 
A delegada Daniela Barros, do Serviço de Operações Especiais da Polícia Civil do Piauí, afirmou que as garotas eram trazidas de outros Estados para Teresina e cobravam entre R$ 200,00 e R$ 500,00 por programa. 
 
"Se aquilo é prostituição de luxo, o que eu vi é deprimente. Elas trabalhavam em péssimas condições de higiene, infiltrações e sujeiras. O que vi me repugnou, fiquei chocada com o que vi”, disse a delegada durante a coletiva.
 
Mais de 30 mulheres dos Estados do Pará, Maranhão, Ceará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram conduzidas a Cico (Comissão de Investigação do Crime Organizado).
 
 
 
Foram apreendidas agendas que continham informações sobre a movimentação da casa, comprovando que clientes chegavam a pagar R$ 8 mil a R$ 10 mil por noite.
 
 
 
 
Também foi detectado pela polícia que taxistas ganhavam com o mercado. Nas casas foram encontrados boletos com nomes de alguns taxistas, que ganhavam até R$ 20 por cliente levado a essas casas.
 
 
O delegado James Guerra confirmou que mais de 40 pessoas já foram ouvidas. Foram realizadas oito prisões temporárias por cinco dias, que poderão ser convertidas em prisões preventivas.
 
 
 
 
Essa operação iria ser deflagrada no dia do show da Mulher Melancia na casa Beth Cuscuz. Porém, por atraso na liberação dos mandados, só pode ser deflagrada hoje.
 
 
A coletiva de imprensa sobre a operação está foi prestada pelos delegados James Guerra, Daniela Barros e Andrea Magalhães, além do chefe de investigações da DPCA, Joattan Gonçalves.
 
 
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Entenda o caso
 
A Operação Aspásia visa desarticular organizações criminosas responsáveis  pela cooptação de mulheres à prostituição e exploração sexual  destas, valendo-se, inclusive do uso da Internet para divulgar anúncios comerciais com esse fim. A Polícia Civil do Piauí identificou três organizações que mantinham sob fachada de estabelecimentos comerciais lícitos locais destinados à exploração da prostituição e tráfico interno de pessoas.
 
Diante das provas coletadas foram solicitados pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) e deferidos pela autoridade judiciária competente após parecer favorável do Ministério Público do Estado,  12 mandados de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão; além de outras medidas cautelares, bem como o fechamento de cinco sítios de internet relacionados aos crimes em tela. Todos esses mandados serão cumpridos por 50 policiais civis.
 
Dentre os alvos dos mandados de busca estão os conhecidos estabelecimentos comerciais Boate Beth Cuscuz e Boate Copacabana, localizados nos bairro Cristo Rei e Dirceu Arcoverde, respectivamente.
 
Flash de Yala Sena
Redação de Leilane Nunes
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