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Médico legista do IML contesta declaração da família de Fernanda

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O médico legista Antônio Nunes, que fez o laudo cadavérico de Fernanda Lages durante as investigações da Polícia Civil, garantiu que em nenhum momento o documento afirma que a estudante quebrou as costelas nas escadas, como foi dito pelo advogado Lucas Villa, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (21).

Foto: Arquivo Cidadeverde.com

"Estão dizendo que há divergências entre o laudo que fizemos e o trabalho da Polícia Federal porque teríamos dito que Fernanda se machucou nas escadas, que quebrou as costelas lá. Não foi assim. O que dissemos foi que as raladuras no corpo de Fernanda poderiam ter sido nas escadas, dentre outros instrumentos possíveis. Não demos certeza porque não tivemos tempo nem meios para comprovar", explicou o médico, por telefone ao Jornal do Piauí.

Para Antônio Nunes, o avanço da Polícia Federal se deve à alta tecnologia. "É óbvio que com mais recursos se chega mais longe. Tivemos mais convergências com a Polícia Federal do que divergências. Sempre disse que as lesões internas, como as costelas, foram provocadas pela queda", completou.

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com

O advogado da família, Lucas Villa, disse que o resultado da PF foi mais avançado e esclareceu pontos que não foram possíveis de entender no relatório da Polícia Civil, especialmente no que diz respeito ao laudo cadavérico. "O laudo dizia que Fernanda quebrou duas costelas nas escadas, após uma queda. Como é que alguém quebra duas costelas e ainda escala uma mureta para se matar?", questionou o advogado.


Perfil suicida

O legista ressaltou que encontrou em Fernanda apenas uma unha ruída, que era a do dedo mindinho de uma das mãos. Para o médico, este seria um claro sinal de ansiedade ou forte stresse. "Quem rói unha? Quem está muito ansioso ou stressado. Isso eu também coloquei no laudo", afirmou.


Antônio Nunes acrescentou que não é necessário apresentar um perfil suicida para se matar. "Não é só quem tem depressão que se mata. No Piauí, a maioria dos suicídios são entre 20 e 25 anos [Fernanda tinha 19]. As pessoas podem se matar por possuírem algum transtorno psicológico ou alguma psicose", ressaltou.


Jordana Cury

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