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No Piauí, Dilma admite pior seca da história e defende educação

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Em discurso no município de São Julião, a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu que enfrenta uma das maiores secas de todos os tempos, mas afirmou que tem se esforçado para minimizar os efeitos da estiagem. A petista também mandou um recado aos Estados que brigam pela disputa dos royalties do pré-sal e defendeu que os recursos devem ser destinados integralmente para a educação. 

Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma Rousseff participou de solenidade nas obras da adutora de Piaus I, que levará água da barragem de Piaus a municípios do semiárido. Sua agenda ainda conta com eventos em Teresina durante toda a tarde. 

Quebra de protocolo
Antes de cumprimentar as autoridades presentes, Dilma Rousseff se voltou para os operários da obra. "Eu quero começar quebrando o protocolo. Primeiro eu vou cumprimentar os trabalhadores que participaram e ainda participam da construção do sistema adutor de Piaus. Nós sabemos que com a mão de vocês se constrói o Brasil". 

Dilma Rousseff ainda garantiu o empenho para a execução de mais obras no Piauí, após o discurso do governador Wilson Martins (PSB). "Não tenho outra alternativa depois da declaração dele, a não ser dar um empurrãozinho nas novas obras. O governador Wilson Martins, de fato, tem sido um dos grandes parceiros do meu governo".

Ministros, deputados e outros políticos foram cumprimentados, com destaque para o senador Wellington Dias (PT-PI). "Como ministra-chefe da Casa Civil do presidente Lula, eu convivi com o senador Wellington Dias, então governador, e tenho um testemunho a dar do trabalho do senador nessa questão crucial, que é fazer o Estado do Piauí se desenvolver", declarou.
 
Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR

"Pessoas bonitas"
Ao falar da honra por estar em solo piauiense pela primeira vez como presidente, Dilma Rousseff usou o povo como exemplo. "Por que eu tenho a honra de estar aqui no Piauí? Porque o Piauí demonstra, e demonstra de uma forma muito forte, que o Brasil mudou. E o Brasil mudou quando a gente olha e vê as pessoas aqui do Piauí. Eu estava comentando com o governador. São pessoas bonitas", disse, sob aplausos da plateia.

"É, são pessoas bonitas. Quando as coisas melhoram e mudam, as pessoas ficam mais saudáveis e mais alegres", acrescentou. "O Piauí mudou também porque nós sabemos que nos últimos 10 anos tem sido feito um grande esforço pelo desenvolvimento do Nordeste e do Piauí".

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Adutora de Piaus I
Na obra que vai abastecer vários municípios do semiárido do Piauí, Dilma Rousseff destacou a importância de ações contra a seca, além de garantir água com frequência e energia elétrica.

"Nós temos a certeza que além de uma questão econômica, é uma questão sobretudo de humanidade mudar as condições de vida das pessoas do Nordeste. Nós, de fato, enfrentamos hoje no Brasil, nos diferentes estados do Nordeste, sobretudo no Piauí, uma das mais graves secas da história", pontuou a presidente. 

"A seca, o homem e a mulher não controlam. Mas o homem e a mulher, no seu esforço conjunto, podem impedir que os efeitos da seca sejam destruidores", acrescentou Dilma Rousseff, destacando que a estiagem não pode destruir as melhorias e conquistas do desenvolvimento do Piauí nos últimos 10 anos. "Temos que impedir que ela destrua e impedir que as pessoas percam alimento, condições de sobreviver e condições de futuro". 


MA-PI-TO
Após a estiagem, o Governo Federal deve investir no desenvolvimento da região. Dilma Rousseff assegurou que pretende atender as expectativas da última fronteira de investimentos do País. 

"Sempre tenho ouvido uma fala: - Presidenta, o Brasil tem uma grande expectativa. Presidenta, vamos cuidar do Mapito. MA-PI-TO. Sabe onde é o Mapito? O Mapito é aqui", falou a presidente, em referência aos estados do Maranhão, Piaui e Tocantins. 

"Nós vamos ter de fazer o Piaus II. Vamos ter de fazer vários sistemas adutores para essa região se desenvolver. Nós temos de investir muito aqui. Nós temos de colocar, em parceria com o governador, nossa capacidade de trabalho, dinheiro e essa determinação que o povo brasileiro tem de enfrentar essas dificuldades". 

Dilma Rousseff confirmou que continuará a investir em medidas contra a seca, como a construção de cisternas, barragens e poços. "Vamos trazer quantos carros-pipa forem necessários". 

Só do Ministério da Integração, são R$ 1,3 bilhão em investimentos para adutoras, barragens, irrigação, prevenção e controle de desastres. Na área de saneamento, a presidente confirmou R$ 470 milhões já investidos pelo Ministério das Cidades. 

Ccom


2013
Na primeira viagem do seu terceiro ano de mandato, Dilma Rousseff falou sobre perspectivas. "Dois mil e treze vai ser o ano que nós vamos colher muitas coisas que nós plantamos. Vai ser o ano em que nós vamos plantar ainda mais do que iremos colher. Mas eu asseguro para vocês: 2013 será o ano em que nós teremos aquele crescimento sério, sustentável. Ou seja, nós queremos crescer, mas queremos crescer garantindo também que não só seja a economia que cresça. Nós queremos que o povo brasileiro cresça".


Educação e pré-sal
Em meio a disputa entre os estados pelos royalties da camada pré-sal e a corrida para que seu veto seja derrubado no Congresso Nacional, Dilma Rousseff voltou a defender que os recursos sejam destinados integralmente para a educação. 

"Eu quero que a educação de qualidade cresça no nosso país. Nós só seremos uma grande nação se quem carregar o patrimônio de cada um de nós formos nós mesmos. É importante a casa? É importante. O carro? É importante. Mas sobretudo, é importante aquele patrimônio que você carrega aqui, e isso quem dá é a educação", falou apontando para a cabeça. 

"Para onde tem de ir esse dinheiro? Tem de ir para aquilo que vai garantir o horizonte de 2015, 2030. Tem que ir para a educação", declarou sobre a riqueza do petróleo brasileiro. 


Falando para professoras, a presidente afirmou que é preciso garantir que as crianças de até oito anos saibam ler um texto simples e fazer as operações aritméticas básicas, que dão a base para os outros conhecimentos. 

"O nosso país está no rumo certo. Os nossos problemas são os bons problemas. Problema ruim é droga, violência, mas esses nós também estamos enfrentando. (...) E o rumo certo do Brasil é o rumo de cada um de vocês. Muito obrigado", finalizou. 

Atualizada às 11h56

Fábio Lima
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