O juiz da 7ª Vara Criminal de Teresina, Lirton Nogueira, determinou a soltura de Débora dos Santos Carvalho, 34 anos, acusada de sequestrar um recém-nascido da maternidade do bairro Satélite, zona Leste de Teresina, no início do mês de fevereiro.

O advogado de defesa de Débora, Walber Coelho, alega que a funcionária pública passa por problemas mentais. "A todo momento ela dizia que estava grávida. Ela comprou enxoval completo, montou o quarto. Na casa tinha berço e até plaquinha com o nome a criança", argumentou.

Débora passou 17 dias presa na penitenciária feminina. Ela saiu na noite de quinta-feira (21), mas não retornou a sua residência, no bairro Aeroporto. De acordo com o advogado, a acusada passará a morar na casa de parentes.

Apesar de der solta pela Justiça, Débora terá que cumprir algumas medidas cautelares para poder continuar em liberdade até o dia do julgamento. Ela terá que comparecer à justiça periodicamente, não poderá se ausentar de Teresina sem autorização, terá que permanecer em casa a partir das 22h e não poderá frequentar locais como hospitais e maternidades.

A funcionária pública foi solta porque o juiz entendeu que ela tem bons antecedentes e tem emprego e residência fixas. Se condenada pelo crime de subtração de menor, Débora poderá passar de 2 a 5 anos presa. 

A família do bebê sequestrado lamenta a soltura da acusada. "Achei muito injusto ela ser solta depois de tudo que ela fez. Eu poderia ter perdido minha vida", disse a mãe de Yan, Eliene Lima, 27 anos.

Débora dos Santos foi presa no dia 4 de fevereiro pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), poucas horas após ter sequestrado um recém-nascido de dentro da maternidade do Satélite. Ela se vestiu de enfermeira e conseguiu pegar o bebê alegando que iria pesá-lo. 

A polícia chegou até ela após identificar o mototaxista que ela contratou para pegá-la em casa e levá-la até a maternidade. Ao ser capturada, Débora afirmou que esteve grávida e que perdeu o bebê aos seis meses de gestação.