O secretário de Fazenda, Silvano Alencar, afirmou que o governo cobrará uma taxa para a retirada dos eucaliptos plantados pela Suzano no Piauí, já que a empresa já saiu do Estado. O valor cobrado será de 17% do preço de revenda do produto.

"Vamos cobrar pela retirada porque esses eucaliptos só seriam isentos se fossem destinados para a produção de papel e celulose no Piauí. Uma vez que a empresa tem outros planos para essa plantação, podemos, sim, impor taxas", explicou o gestor, em entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (11).

Apesar da decisão, Silvano destacou que até o momento a empresa não deu sinais de que irá levar a plantação para o Maranhão, onde as obras continuam. "A Suzano não fala em mudar, até por conta dos custos, mas se mudar, estaremos em Parnarama cobrando a taxa", reafirmou.

O secretário de Fazenda disse que ainda não recebeu a informação oficial da saída da Coca-cola do Piauí, mas declarou que não "duvida" da mudança. 

"A guerra fiscal nos traz angústia. É muito fácil mudar de um Estado para outro. Já estou estudando o caso da Coca-cola. Sei que a reclamação deles é a cobrança do imposto, mas cobramos o que está na lei, pelo valor do produto", ressaltou o gestor.

Silvano Alencar defendeu que é preciso uma reforma tributária no Estado e mais incentivos do governo federal para que as empresas possam crescer no Piauí.

"As empresas não vão para outros Estados por causa dos incentivos do governo estadual, mas pelo governo federal. Se o governo federal priorizar incentivos para o Piauí, as empresas virão, porque nosso Estado está bem no combate com os outros governos, no que diz respeito à atração de indústrias", avaliou.

O secretário acrescentou que com a perda de duas vagas na bancada federal, o Piauí perde força para lutar por novos incentivos. "A correlação de forças do Piauí é menor. Nossos políticos são ativos, mas não conseguem porque no último momento, quem tem mais votos na bancada acaba levando a melhor", explicou.