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Secretários de Saúde do Nordeste pedem ajuda contra seca

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A repercurssão da seca no setor de saúde foi um dos principais temas abordados nesta sexta-feira (12) em Fortaleza (CE), durante reunião dos secretários de estado da área no Nordeste. Os gestores decidiram se unir e levar reivindicações a Brasília (DF), usando dados científicos para atestar a gravidade da estiagem e suas consequências na saúde da população. 

Foto: Hérlon Moraes/Sesapi
Gestores de saúde do Nordeste se reuniram em Fortaleza

Segundo dados da Fundação Cearense de Metereologia (FUNCEME), a previsão é que as chuvas reduzam em 20% em relação a atual conjuntura. “A temperatura deve aumentar em até 5 graus. Teremos menos água e mais doenças”, disse Meire Sakamoto, representante da FUNCEME. 

De acordo com o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandir Frutuoso, a temática da seca será discutida em assembleia nacional do conselho. “Precisamos mostrar para o Brasil que estamos enfrentando uma seca. Choveu uma vez e não resolveu o problema. Quando cai uma barreira no Rio Janeiro, o mundo todo vai pra lá, aqui enfrentamos uma seca há dois anos e quase nada é feito. Todos precisam saber que isso é sério”, desabafou.

Para o secretário Ernani Maia, a hora é de agir. “Estamos em um começo e vamos usar o credo da ciência para resolver os problemas de nossas populações. Vamos agir. Não vamos cruzar os braços. Vamos atrás do Governo Federal, todos nós somos cidadãos. Estamos discutindo aqui problema de água para seres humanos do Nordeste, problema esse que só aumenta. Até quando? Não vamos largar isso até que seja resolvido. Vamos levar para o CONASS, ministro, nosso governadores e para a presidenta. Essa seca que está aí foi prevista”, afirmou.

Sobre o tema, a Sesapi mostrou estudos realizados pela FIOCRUZ sobre o impacto dos desastres ambientais na saúde até o ano de 2050. “Até 2050 teríamos que reduzir a emissão de gases em 70%. Estamos reunidos aqui para não deixar acontecer a fragilidade da saúde no Nordeste. Por conta da seca, a previsão é que nosso PIB sofra uma queda de 11,4%, sem falar no agravamento de doenças crônicas e tropicais, como a Dengue”, disse o diretor de planejamento da Sesapi, José Ivan, durante apresentação.

Judicialização
Os secretários foram unânimes ao afirmarem que entre os maiores problemas de gestão está a judicialização da saúde. Os gestores alegam que as questões envolvendo medicamentos, por exemplo, estão muitas vezes fora de seu alcance e, mesmo assim, sofrem com ameaças de prisão e multas. “A gente faz tudo para resolver , mas muitas questões de medicamentos estão fora do nosso alcance”, comentou Ernani Maia.

Dentre as ações para diminuir o problema foi sugerida a capacitação de representantes do judiciário sobre a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A partir de agora, os secretários vão se reunir mensalmente em uma capital do Nordeste para discutir novos temas e cobrar o que já foi proposto.

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