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Garotas desaparecidas são achadas; família suspeita de aliciamento

As duas garotas que desapareceram antes de ontem foram encontradas na madrugada desta quarta-feira (8) pela população da Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina. Darlany Karoline Alves, 13 anos, e Ane Caroline Monteiro, 11 anos, foram achadas por volta de 0h e protegidas por populares até que suas famílias chegassem ao local. 


De acordo com o tio de Ane Karoline, Daniel Robert, a versão apresentada pelas menores sobre o desaparecimento é contraditória, e a sobrinha apresenta manchas por todo o corpo. Há suspeita de aliciamento.

"Uma diz que estavam em um banho em Sumaré, próximo de Nazária. A outra diz que estavam na casa de amigos e que passaram o dia passeando pelas ruas. Mas a gente não acredita nessas histórias, pois elas chegaram com roupas diferentes das que usavam quando saíram e estavam com biscoitos e outros gêneros alimentícios, que elas alegam terem sido doados", afirmou.

As manchas detectadas no corpo da menor de 11 anos fizeram com que a família procurasse a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescentes (DPCA) para investigar se as meninas foram ou não aliciadas. Mas o tio reclama do que classificou como descaso por parte da polícia. 


"Elas foram a maternidade fazer exame no Samvir, mas a médica de plantão disse que a delegacia não informou sobre os exames das meninas e que não poderia atendê-las. De lá, as menores foram levadas para o Instituto Médico Legal, mas lá estava tudo fechado. Não havia quem atendesse. A única coisa que a polícia fez foi colher os depoimentos, nada mais", acrescentou.

A cozinheira Maria de Fátima Alves, mãe da menina Darlany, confirmou que as duas garotas não foram submetidas aos exames no Samvis à noite porque não houve atendimento. “Fomos à DPCA, a delegada não estava. Fomos à maternidade, mas as meninas não foram atendidas. Fomos ao IML e estava tudo fechado. As meninas foram encontradas à meia-noite e só conseguimos voltar pra casa às 2h sem nada resolvido”, reclama.

Fátima acrescenta que as garotas não voltaram para casa por medo de levarem uma surra. “Toda vez que alguém via as duas, elas saíam correndo. A minha filha disse que estava com medo de apanhar. Me contou que foi ao banho a pé, mas eu não acredito, porque é muito longe. Disseram que ficaram na casa de uma mulher que deu comida e roupa, mas essa história está mal contada”, conta. 

A delegada Andrea Magalhães afirmou que já previa que as meninas iriam aparecer durante a madrugada e que havia deixado assinadas as requisições para que os exames no Samvis fossem realizados. “Eu disse para a família que se elas aparecessem, deviam passar aqui para pegar esses documentos. Eles pegaram, mas não foram atendidos no Samvis, que é um órgão independente. A delegacia não tem responsabilidade sobre isso”, informou. 

Andrea acrescentou que a polícia vai investigar as circunstâncias desse desaparecimento e que as meninas serão ouvidas ainda esta tarde. "Vamos verificar se houve um crime", finalizou.


Flash de Jordana Cury
Redação Carlos Lustosa e Fábio Lima
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