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Em novo depoimento, refém nega ter visto assaltante atirar em gerente

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A Polícia Civil deve apresentar nesta quarta-feira (8) o inquérito sobre o assalto ao Banco do Brasil da cidade de Miguel Alves ao Ministério Público. Algumas alterações foram feitas como o depoimento da testemunha André Rodrigues, servidor terceirizado da agência que foi levado pelo bando durante a fuga. Também foi incluída a informação de que a Polícia Militar sabia da presença de criminosos no Estado e da possibilidade de assalto naquele município. 

Evelin Santos/CidadeVerde.com

Três pessoas foram indiciadas: Gessenildo Alves da silva, preso em Parnarama no dia do crime; Luzia Galiza, namorada de Maylon de Sousa, morto no confronto com a PM e José Oliveira, acusado que está foragido. 

Segundo a polícia, a testemunha André Gonçalves, que havia dito a princípio que tinha visto um bandido atirar no gerente Ademyston Rodrigues, negou esta informação perante o Ministério Público. Ele afirmou em seu mais recente depoimento que avistou apenas a vítima caindo. 




No texto do inquérito, há ainda a informação de que a Polícia Militar estaria acompanhando há um mês antes do assalto os passos de membros da quadrilha no bairro Saci e as reuniões destes em uma casa de rações no bairro Vermelha. Também foi constatado que dez dias antes havia militares na cidade de Miguel Alves. 


Registro do depoimento de André Rodrigues

O secretário estadual de Segurança, Robert Rios, falou no Jornal do Piauí sobre o caso e sobre as investigações acerca da morte do gerente. “Pedi ao delegado responsável que inquérito fosse feito na transparência. O refém André estava no hospital começou a dar uma versão que foi filmada com celular. Em um novo depoimento, ele disse que enfeitou o primeiro depoimento a pedido de um policial militar. Não sei se foi intimidação ou se o policial queria que fosse como um filme, o inquérito irá apurar. O que se sabe é que o gerente foi morto com um tiro à queima roupa porque no local do ferimento ficou pólvora em abundância. Em tese, quem estaria próximo eram os bandidos. Temos que posicionar a que distância em que a polícia estava. No mesmo momento, foram mortos três bandidos, com tiros da polícia. Através dos tiros da polícia, vamos saber a que distância todos estavam”, descreveu. 

Robert Rios acrescentou que é preciso averiguar se houver realmente erros por parte da PM para que estes não se repitam na próxima operação. “A Polícia Militar tinha o conhecimento da presença dos bandidos no Piauí, mas não de qual cidade, e que eles estavam em Teresina. Isso não deixa de ser uma falha. Não podemos estimular que os bandidos sejam presos depois dos assaltos porque é perigoso para a população”, declara.  

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com
Luzia 

Luzia e Maylon

O gestor acredita que houve ainda um problema na comunicação entre a PM e a Polícia Civil. “Houve uma grande infelicidade. Tirei férias e, pelo fato de eu não estar aqui, acho que a PM achou que não devia comunicar. O importante é saber quem produziu a morte do gerente e se as mortes dos bandidos eram necessárias”, pontuou. 

Jessenildo Alves

Rios também defende a exumação do corpo do gerente Ademyston. “Acho que é necessário fazer exumação, colher novos dados, coletar material interno, fazer grande perícia no corpo para que não se cometa erros, mas a decisão (sobre a exumação) é do delegado que irá fazer o inquérito”, afirmou. 

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Carlos Lustosa Filho
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