Cidadeverde.com

CNJ investigará juízes do PI e faz recomendação ao governo do Estado

Imprimir
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) anunciou que vai investigar a conduta de juízes do Piauí que estão atrasando julgamentos de presos no Estado. Relatório do Conselho revela que 70% dos detentos provisórios no Piauí estão sem julgamento, uma taxa absurda, segundo o CNJ. 


O Conselho determinou ainda de forma emergencial a criação de uma Coordenadoria das varas criminais para fiscalizar os juízes e padronizar os procedimentos no Estado. O Tribunal de Justiça já aprovou a resolução e nomeou o desembargador Erivan Lopes para a coordenadoria.

Na recomendação, o CNJ deu um prazo de 12 meses para o governo do Estado criar um centro de triagem que ofereça 160 vagas  em Teresina. Outra recomendação é a criação de vagas para o regime semiaberto nas penitenciárias do interior do Piauí. No documento existe sugestão de o governo estruturar os estabelecimentos prisionais femininos com unidades materno-infantis em todas as regiões do estado, em cumprimento à Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/1984). 


Dos cerca de 1.800 detentos provisório, apenas 699 tiveram a sua situação revisada pelos magistrados piauienses, após determinação do CNJ. “Percebe-se, claramente, que alguns magistrados piauienses não cumpriram o estabelecido por este Conselho e pelo próprio TJPI, deixando de reexaminar os processos de presos provisórios sem qualquer motivo possível para justificar tal atitude”, afirma o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF) do CNJ, conselheiro Guilherme Calmon, no relatório conclusivo do mutirão.

A força-tarefa para regularizar a situação de todos os presos do Piauí foi realizada no período de 15 de maio a 15 de junho, sob a coordenação do Conselho.
 
A falta de controle sobre processos judiciais dos detentos está entre as principais causas do alto índice de presos provisórios (ainda não julgados) no estado, que chega a 70%, um dos maiores do país, conforme constatou o mutirão. Há atualmente no Piauí cerca de 150 juízes com competência criminal e aproximadamente 1.800 presos provisórios, o que, comparativamente, resultaria em pouco mais de 10 processos para cada magistrado examinar. “O número insignificante de revisões – apenas um terço do total - , em desatenção ao determinado pelo Conselho Nacional de Justiça, é aparentemente injustificado”, observa o conselheiro Calmon no relatório.  

“Alguns integrantes da magistratura piauiense pouco contribuíram para alguma melhora no sistema prisional do Estado. Isso demonstra que a responsabilidade pelo caos vivenciado hoje é também do Poder Judiciário, razão pela qual a apuração da conduta dos magistrados que não cumpriram as determinações emanadas por este Conselho”, destaca o conselheiro. 

O corregedor do Tribunal de Justiça do Piauí, Francisco Paes Landim, informou que esteve com o governador Wilson Martins (PSB) e ele autorizou a construção do centro de triagem. Segundo Paes Landim, a coordenadoria vai a agilizar os guias de execuções nos procedimentos criminais.

Clique aqui para ver as recomendações


Flash Yala Sena (com informações do CNJ)
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais