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Piloto diz que vítimas morreram na queda e comenta problemas

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O piloto Kelson Dantas foi uma das testemunhas que presenciou o acidente ocorrido com o Cessna 172, na noite de ontem (16), no aeroporto Petrônio Portela, zona norte de Teresina. Kelson conta o que viu e avalia os efeitos dos problemas no avião e acredita que a morte das vítimas tenha ocorrido no momento da queda e não na explosão.

Kelson frequenta uma igreja que fica ao lado do aeroporto. Em participação por telefone no Jornal do Piauí, o piloto contou que estava no segundo andar do prédio e viu quando a aeronave decolou. "Eu percebi que era um voo de instrução. Era um avião pequeno e pelo horário também. Percebi que era um voo de instrução e achei estranha a velocidade. Estava muito lento e havia barulho no motor. Eu estava de frente para a pista quando eles fizeram o circuito [procedimento normal em voos de instrução] e eu fiquei admirando, como um apaixonado por aviação", conta.

Evelin Santos/Cidadeverde.com

No momento em que subiu pela segunda vez, de acordo com Kelson, o motor fez um barulho diferente e perdeu altitude. "O procedimento normal era seguir em frente e posar. Ele virou para a esquerda e estolou. Ele bateu de barriga. Quando ele curvou à esquerda ele foi direto para o chão. Foi quando bateu e explodiu. Desci, peguei o carro e fui para a pista", diz.

Defeitos no avião

Segundo o piloto, os defeitos apontados no "horizonte artificial", que orienta os pilotos em voos noturnos e com tempestades, e a falta de bússola não devem ter interferido no motivo que levou à queda. 

"Creio que não poderia interferir. Esse instrumento quando o avião está em momento de chuva é essencial, mesmo sendo a noite, em tempo bom, não tem problemas. Você pode voar. A gente crê que foi problema no motor, faltou força. Você precisa de um motor potente na subida, na decolagem. Como ele é monomotor, caiu direto", afirma.

Mortes

Verificando as circunstâncias do acidente, Kelson avalia que as mortes dos quatro ocupantes deve ter ocorrido ainda no momento da queda. "Bem provável que tenha sido da queda. Foi uma queda livre. Foi um traumatismo muito grande. Não deixa de ter dado sequência com o fogo", diz.

Vianey Moura


Demora dos bombeiros

Kelson afirma também que os bombeiros não demoraram para chegar. O grupamento, que fica dentro do aeroporto, foi acionado pela torre de controle. "Estava tudo normal. A torre detectou a queda e imediatamente avisou os bombeiros. Eles estolaram na outra cabeceira, com distância de mais ou menos um quilômetro. Não houve demora", conta.

Estranho no voo

Guilherme Rodrigues, primo de Marcos Ronald Rodrigues de Sá Sousa, estava no voo mesmo sem ser aluno. Kelson comenta que somente é permitida a presença de alunos e instrutores durante o voo. "Não é procedimento padrão", avisa.

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Leilane Nunes

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