A violência atinge as mulheres de todas as classes sociais e seis municípios piauienses lideram o ranking com maiores índices de violência e assédio sexual. É o que revela a 1ª pesquisa feita pela Cepro (Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí) sobre o “Perfil da Mulher Piauiense” e divulgada nesta segunda-feira (24).
Foto: Yala Sena
Pelo levantamento, Teresina lidera com 67,8% dos casos de violência sexual – 1.959, no período de 2004 a 2013. Em seguida vem Altos (4,3%), Campo Maior (2,6%), José de Freitas (2,4%), União (2,2%), Água Branca (2,1%) e 18,5 para outras cidades. Os maiores agressores são vizinhos e conhecidos. Ameaça, injúria e violência doméstica são as principais queixas.
Dentre as mulheres vítima de violência sexual no Piauí de 2004 a 2013, um total de 2.887, foi constatado que 57 delas ficaram grávidas dos estupradores.
Fecundidade
Nos últimos anos, a taxa de fecundidade da mulher piauiense declinou de 7,8 filhos para 2,0 filhos. “A taxa de fecundidade total vem caindo mais aceleradamente no Piauí (-74,4% no período 1970/2010) do que no Brasil (-67,3)”.
Educação
Cresceu em 78% as mulheres com curso superior no período de cinco anos. Aumentou o número com especialização, mestrado e doutorado. A pesquisa revela ainda que no Estado a escolaridade das mulheres é consideravelmente superior à dos homens. Com nível superior, elas representam mais do dobro dos homens, dado alcançado desde 2011. No geral, o número de escolaridade da mulher cresceu 32%.
Óbitos maternos
No perfil foi constatado que 990 mulheres morreram em idade fértil. No Piauí em 2013 foi 94 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivo, sendo as principais causas a hemorragia, eclampsia e infecção.
Incidência câncer
Um total de 6.884 casos de câncer do colo do útero e mana no período de 2003 a 2013. Maior incidência foi de câncer de mama (3.716). Foi constatado também que o índice de parto cesariana cresceu no Piauí. Já o número de notificados de aids é de 955 casos de 2004 a 2013.
Mercado de trabalho
Aumentou em 115,4% a oportunidade de emprego – carteira assinada – para as mulheres, passando de 13 mil (2002) para 28 mil (2012) em empregos formais. Porém, o salário delas têm se mostrado inferior que a dos homens. Contudo, as mulheres piauienses estão reagindo. Se antes (2002) seu rendimento médio não passava de 61,1% das brasileiras, em 2012, já alcançava nada menos de 74,6%. Pelo levantamento, mesmo com os salários baixos, as piauienses aumentarem seu rendimento em termos relativos em 237,3%, enquanto as brasileiras foram de 176,3%.
Flash Yala Sena