O ex-ministro Ciro Gomes (Pros), atual secretário de Saúde do Estado do Ceará, afirmou durante entrevista em Teresina, na noite desta quarta-feira (6), que a politica vive uma "zorra". Ele também criticou os candidatos à presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) e afirmou que o Nordeste foi poupado e escapou da crise econômica brasileira.
Ciro Gomes está em Teresina para participar da palestra "Economia brasileira e a perspectiva para o varejo no cenário mundial", que marca o lançamento do Liquida Teresina, promovido pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Teresina (CDL).
Antes da paletra, ele concedeu a entrevista coletiva onde afirmou que a economia vive uma crise e que o epicentro dela é a indústria.
"O país está sofrendo um processo de desindustrialização e mais um conjunto de variáveis muito hostis tanto externas quanto internas. O Nordeste tem sido relativamente poupado dessa crise nacional".
Segundo Ciro Gomes, o Nordeste está escapando da crise devido a investimentos públicos. Ele cita como exemplo, os investimentos de grande porte feitos na indústria siderúrgica no Ceará, a refinaria de petróleo em Pernambuco, as obras da Transnordestina e as da Bacia do São Francisco.
Crítica aos presidenciáveis
Ciro Gomes criticou duramente a postura dos candidatos à presidência Eduardo Campos e Aécio Neves de atacar a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmando que o governo federal esqueceu o Nordeste. "Discordo completamente. Porque a agenda no Nordeste é considerada como jamais vista. Não creio que é questão política, eu creio que eles desconhecem a realidade, o que é mais grave".
Segundo ele, as críticas de Eduardo Campos ao governo federal são incoerentes. "A questão de Eduardo é de coerência. É uma coisa absolutamente ingrata e estou usando uma palavra moderada, afirmando que ele é incoerente".
Ele afirmou ainda que a população não irá entender que Eduardo Campos esteve durante 12 anos junto com o governo Dilma e Lula e agora saiu do palanque.
Na entrevista, ele lembrou que Dilma era uma ilustre desconhecida no país e que ele despontava em primeiro lugar nas pesquisas para a Presidência da República. "Eduardo vendeu meu pescoço (risos). Eduardo vendeu minha cabeça.E tudo bem. Eu apoiei a Dilma porque achei que era importante para o Brasil. Mas ali era um ciclo de Lula que se encerrava. Era perfeitamente legítimo a gente apresentar candidatura".
Segundo Ciro, Eduardo Campos é o candidato "hiperbeneficiado" pelo governo Dilma e cita as obras no entorno da bacia do Rio São Francisco que geram, de acordo com ele, cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos, a Transnordestina, a Refinaria Abreu e Lima e os dois pólos industriais navais que o governo levou para Pernambuco.
Zorra
De acordo com o ex-ministro, o país vive uma crise instituicional na política e usou a palavra "zorra" para definir a reviravolta política, com a mudança de palanque de alguns líderes que apoiavam Dilma e agora declaram voto a Aécio Neves.
"É uma pista da grande necessidade do Brasil tem de se tentar consertar a nossa instituição política que está uma zorra completa. Uma Babel. Não podemos ter susto com isso. Somos uma federação e estamos em um processo democrático recente".
Flash Yala Sena
Sana Moraes (Da Redação)
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