A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) protagoniza em 2015 a eleição para a mesa diretora mais disputada de sua história. Em jogo, a influência do governo do Estado no Legislativo. Caso Themístocles Filho (PMDB) ganhe, de uma certa forma, a Casa passa a figurar como oposição a Wellington Dias (PT), ou seja, colocará entraves para aprovar matérias oriundas do Executivo. O partido do atual presidente foi derrotado no último pleito, aliado a isso, teve uma administração de nove meses no Palácio de Karnak extramente criticada, principalmente pelo partido do governador.
Mas se a vitória for de Fábio Novo, o relacionamento passa a ser outro. Prevalecerá a cordialidade e a sintonia com o governo, afinal, o PT estará no comando de dois poderes: o Executivo e Legislativo e um depende do outro.
Desde o início do ano, com os deputados eleitos já diplomados, a disputa pela presidência se tornou o assunto do momento na política, mesmo os parlamentares estando em recesso. Nenhum dos dois candidatos abriu mão para um consenso, forçando uma divisão na Casa. Há os que preferem a continuação de Themístocles e os que optam pela renovação, neste caso, Fábio Novo.
Com alguns votos definidos, a disputa é pelo os que estão em cima do muro. Themístocles teria dez votos certos, quatro a menos que Fábio Novo. Estariam em jogo outros nove votos. Alguns parlamentares, apesar de alinhamento com o governo, alegam independência na hora do voto e preferem não buscar um lado. Ou seja, a eleição está totalmente indefinida.
Só neste domingo, logo após a posse dos deputados, por volta das 11h, haverá o desfecho do processo eleitoral. Para se ter uma ideia da disputa, até a forma de votação foi motivo de atrito. Themístocles quis colocar urna eletrônica no plenário, Fábio Novo optou pela tradicional cédula. Venceu o petista.
Na manhã de sexta-feira, uma reviravolta no processo eleitoral. Com excessão do cargo de presidente da mesa diretora, os demais já tinham sido dividos entre os partidos, no entanto, 19 parlamentares teriam assinado um documento de apoio a Fábio Novo, o que terminou alterando a composição fechada antes. Com isso, os deputados Marden Menezes e Firmino Paulo, ambos do PSDB, ameaçaram disputar a primeira vice-presidência. No PSD, o confronto seria entre Édson Ferreira e Georgiano Neto pela quarta vice-presidência. Wilson Brandão (PSB), que até então não aparecia nas discussões, se apresentou para disputar no voto a primeira secretaria com Fernando Monteiro (PTB). No mesmo dia, no início da noite, os governistas desistiram e resolveram respeitar o que já estava acordado. A disputa voltou a ser apenas entre Fábio Novo e Themístocles.
A votação
Os deputados Fernando Monteiro e Wilson Brandão serão os dirigentes da Mesa hoje. O petebista será o presidente e Brandão o primeiro secretário do processo de votação. O voto é secreto e na cédula constará apenas o nome dos candidatos a presidente. Em caso de empate, por ser mais velho, Themístocles será o presidente da Casa por mais dois anos.
Cabine de votação instalada em uma das tribunas da Casa
Apenas os deputados titulares têm direito ao voto. Eles só licenciam no dia 2º de fevereiro, logo após a sessão de abertura do ano legislativo, onde é lida a tradicional mensagem do governador.
Votos certos em Themístocles
Wilson Brandão (PSB)
Severo Eulálio (PMDB)
Zé Santana (PMDB)
Themistoscles Filho (PMDB)
Juliana Moraes Souza (PMDB)
Rubem Martins (PSB)
Marden Menezes (PSDB)
Gustavo Neiva (PSB)
João Mádison (PMDB)
Robert Rios (PDT)
Votos certos em Fábio Novo
Francisco Limma (PT)
Luciano Nunes (PSDB)
Júlio Arcoverde (PP)
Janaína Marques (PTB)
Fábio Novo (PT)
Firmino Paulo (PSDB)
Liziê Coelho (PTB)
Pastor Gessivaldo (PRB)
Nerinho (PTB)
Fábio Xavier (PR)
Flora Izabel (PT)
Fernando Monteiro (PTB)
Hélio Isaías (PTB)
Dr. Hélio (PTC)
Votos incertos
Flávio Nogueira Jr. (PDT)
Georgiano Neto (PSD)
Dr. Pessoa (PSD)
Dr. Pablo Santos (PMDB)
Edson Ferreira (PSD)
Evaldo Gomes (PTC)
Por Hérlon Moraes
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