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Mãe do garoto Eduardo, morto no Alemão, diz que reconhece assassino do filho

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A família embarcou ao meio-dia para o Rio de Janeiro, mas antes, declarou no Jornal do Piauí que não voltarão mais para a comunidade que moravam há 16 anos no Complexo do Alemão. 

A mãe, Terezinha Maria de Jesus Ferreira, disse que não vai mais voltar em sua casa no Morro do Alemão. “Eu não vou mais lá porque é muito doloroso para o local do crime e não vou para o Alemão porque fui ameaçada”, declarou.

A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí, Eduarda Miranda, acompanhou o embarque e disse que a Ordem foi solidária à família e solicitou à OAB do Rio que acompanhe à família durante às investigações do caso.  “Ficamos solidários durante todo esse tempo e já pedimos que nossos colegas da Ordem do Rio os acompanhem nas investigações”, afirmou a advogada. 

Caroline Oliveira
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Postado às 8h
Os pais do garoto Eduardo de Jesus Ferreira, 10 anos, assassinado no Morro do Alemão, concederam entrevista exclusiva à TV Cidade Verde, nesta quarta-feira (15), antes de embarcar para o Rio de Janeiro onde acompanharão as investigações sobre a morte do filho. Após mais de 10 dias do ocorrido, o sentimento da família ainda é de inconformidade e anseios por justiça. A mãe, Terezinha Maria de Jesus, que deverá participar da reconstituição do caso ainda nessa semana, chamou o policial supostamente envolvido no homicídio de assassino fardado e revelou que seria capaz de reconhecê-lo.

Fotos: Yala Sena/ Cidadeverde.com

"Não tenho mais coração, porque eles arrancaram. Agora, eu tenho um buraco. Para mim, meu filho não morreu. Eu o acordava, todos os dias às 6h da manhã, ele ia pra escola e só retornava às 17h. Agora eu espero ele chegar e ele não vem por causa de um bandido fardado. Ele acabou com metade da minha vida e o reconheceria em qualquer lugar do mundo", disse a mãe.

Dona Terezinha reforça que não houve tiroteio e que os policiais lotados naas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não são treinados. 

"Como é que o Governo implanta UPP só para matar gente inocente. Eles não são treinados para proteger todo mundo e já chegam atirando, sem se preocupar quem está pela frente, se é criança, morador, estudante...Todo dia morre um de bala perdida, mas não é bala perdida. Eles atiraram no meu filho a uma distância de 4 metros. Não houve tiroteio, se tivesse tido tiros eu tinha colocado meu filho para dentro de casa. 

O pai, José Maria Ferreira de Sousa, demonstrou revolta ao falar sobre fotos de uma criança posando com armas, atribuídas ao garoto Eduardo, na tentativa de incriminá-lo.

 
"Pra mim que acordava todo dia antes das 5h da manhã para trabalhar é revoltante ouvir essas palavras. É pra ficar revoltado. São assassinos fardados", reitera. A mãe acrescenta ainda que o filho tinha boas notas na escola e, inclusive, participava de um projeto chamado Anjos do Bem.

 

 

Graciane Sousa
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