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Sem geladeiras, corpo em decomposição fica exposto no IML de Parnaíba

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O corpo de um homem encontrado morto na última quinta-feira (23), no rio Igaraçu, em Parnaíba, litoral do Piauí, ficou exposto até a tarde deste sábado (25) na sala de necropsia do Instituto de Medicina Legal (IML) da cidade. Isso porque as duas geladeiras para armazenamento dos corpos estão com defeito e o homem encontrado ainda não foi identificado. O mau cheiro já incomoda pacientes de um hospital próximo.

Robson Castilho, auxiliar de necropsia, afirma que a situação é bastante grave no Instituto e que o corpo já chegou ao local em avançado estado de decomposição. Além disso, como a sala não possui iluminação e o corpo foi resgatado à noite, o armazenamento não foi realizado de imediato. Agora, o mau cheiro atrapalha quem trabalha no local e inclusive moradores próximos.

“Eu quase passei mal quando cheguei na sala para trabalhar. O mau cheiro está horrível, a sala cheia de moscas e as duas geladeiras com defeito. Uma não funciona de jeito nenhum e a outra praticamente não resfria”, declara. Ele diz ainda que faltam equipamentos e material de trabalho. “Não tem sequer máscaras e luvas suficientes para o trabalho. Se chegar outro corpo, não sabemos como vamos fazer, porque a sala está ocupada com esse e não tem condições de entrarmos lá. Há um servidor no local comprando material do próprio bolso, senão não tem como exercer suas funções”, declarou.

O auxiliar diz ainda que os pacientes e profissionais do Hospital Colônia do Carpina, que atende pessoas com Hanseníase, já reclamam do mau cheiro. “O hospital fica muito próximo, a cerca de 100 metros. Se quem já está acostumado com isso se incomoda, imagine outras pessoas”.

O coordenador do IML, o médico infectologista Klécio Carvalho, confirma os problemas na infraestrutura do espaço e explica que o corpo permanece na sala porque, devido ao estado em que se encontra, não é mais viável que seja armazenado em alguma das geladeiras. Ele garantiu, contudo, que a situação não apresenta riscos aos pacientes do hospital próximo. Ele disse ainda que em conversas com profissionais do hospital, não foi informado sobre prejuízos às pessoas atendidas na unidade de saúde. 

Ele garante que o corpo deve ser liberado ainda neste sábado para que seja enterrado, mesmo sem ter sido identificado. “Vamos acionar o serviço social para que seja liberado. Mesmo assim, colhemos material de DNA e registros da arcada dentária para uma identificação posterior, já que ninguém apareceu para buscar um parente desaparecido”, diz.

Ele destaca que os problemas nas geladeiras do IML são antigos e que, mesmo após o conserto autorizado pela Secretaria de Segurança do Estado, em fevereiro deste ano, os equipamentos voltaram a apresentar defeitos. Uma nova vistoria, segundo ele, está agendada para o próximo dia 1º. “Depois de resolvermos os problemas relacionados aos equipamentos, pretendemos melhorar a estrutura do prédio”, finalizou. 

Maria Romero (especial para o Cidadeverde.com)
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