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Cadeira na Calçada especial narra trajetória de Cineas Santos em Teresina

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O Feito em Casa, desta sábado(2), foi especial. O programa destacou os 50 anos de Cineas Santos em Teresina e durante toda a atração esse fato foi lembrado. No quadro Cadeira na Calçada, por exemplo, o apresentador foi entrevistado pela jornalista Dina Magalhães e contou curiosidades da sua trajetória na capital.

Cineas disse que chegou em Teresina aos 16 anos e que veio por exigência de sua mãe, dona Porcina, que queria que ele estudasse. Natural de Caracol, Cineas desembarcou em Teresina na praça Saraiva e revelou: "eu nunca tive tanto medo em minha vida".

Mas Cineas ressaltou que desde quando chegou em Teresina nunca parou de produzir. "Imagina um camarada feio, pobre, besta, morando longe, realizar coisas em Teresina sem ter o apoio de ninguém. De 66 pra cá eu nunca parei de produzir".

Na entrevista ele relatou como se descobriu escritor. Segundo Cineas, quando menino ouvia sua tia cantando e narrando folheto de cordel e quando ela terminava estava em prantos. "Falava para minha tia que quando eu crescer quero fazer isso", disse.

Seu primeiro poema foi criado aos 12 anos de idade, a pedido do irmão sanfoneiro, e tinha como tema o namoro. Cineas lembra que sua criação fez sucesso, mas tambem lhe rendeu uma senhora pisa de sua mãe.

Ele destacou na entrevista que sua mãe foi quem lhe ensinou a ler e escrever, ainda no sertão, e que ela é sua musa inspiradora, estando presente em quase todas suas crônicas.

Durante o Cadeira na Calçada, Cineas ainda relembrou o início como professor de português, que começou no Instituto Elias Torres. Sobre a primeira experiência em sala de aula ele descreveu: "Eu tinha tanto medo que só tinha uma coisa a fazer: falar,falar, para assim ninguém me perguntar nada". Segundo Cinéas, a experiência foi traumatizante e achava que tinha feito um papelão, mas no outro dia o diretor liga parabenizando e dizendo que os alunos adoraram a aula, sendo contratado.

Cineas também falou de suas investidas no teatro. Ele criou o Teatro Popular do Piauí, que tinha, entre outros integrante, o jornalista Chico Viana, que era o ator principal, o galã do grupo; Moacyr Feitosa; Lázaro Santos; Teresinha Soles e outros. Cineas escreveu a peça "Uma noite entre miseráveis", que foi encenada em Bacabal no Maranhão, mas o apresentador disse que percebeu que não tinha vocação para ator e abandonou esse ramo.

Falando sobre gestão cultural, ele afirmou que tem compulsão em fazer ações culturais. "Viajo para o interior, com o projeto Cara Alegre do Piauí e às vezes para ganhar nada a nao ser a alegria de fazer", disse.

Ele ressaltou que promoveu eventos em Teresina impensáveis, como, na época da ditadura, quando criou o Chapada do Corisco, jornal alternativo, e quando trouxe para o Piauí, pessoas que eram proibidas de aparecer na TV, como o Plinio Marcos, Henfil e o João Carlos Coentro.

Ainda no bate-papo com Dina Magalhães o apresentador falou sobre o Salipi, que segundo ele não é uma idéia dele, apenas emprestou seu nome para que Romero, Wellington Soares e Nilson Ferreira, os verdadeiros pais do Salipi, o fizesse. Ele disse que o Salão surgiu porque queriam reativar o Língua Viva, seminário de língua portuguesa que criou na década de 90 e parou por não ter condições de continuar.

Cineas Santos também falou sobre seu trabalho como livreiro, que começou em 1976 com a publicação da Ciranda, primeiro livro que editou em Teresina. "Era um livro mimiografado colodao com grude", revelou. Em 1978 nasceu a livraria Corisco e já são mais de 100 livros editados por ele.

Sobre a estreia na televisão, ele disse que era algo que não pensava em fazer, mas resolveu aceitar o convite da direção da tv, com a condição de fazer do seu jeito e é o que vem acontecendo. "Pra mim isso aqui[programa] é uma conversa", disse. Cineas disse ainda ficar surpreso com a receptividade do público com o Feito em Casa, especialmente as pessoas mais simples, que o abordam na rua dizendo que assistem o programa.

A conversa com Dina Magalhães também falou sobre vida pessoal, seu casamento de 40 anos com dona Aurea, que para Cineas é a pessoa mais solidaria e firme nas decisões que conhece. "Sem Aurea nao teria feito nem um terço do que fiz", falou.

E antes de um ping pong rápido com perguntas variadas, Cineas revelou seu segredo para tanta vitalidade. "Trabalhar muito, comer pouco e amar bastante", disse.

Veja na íntegra a entrevista com Cineas Santos!

Marcelo Lopes

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