A TV Cidade Verde exibiu no Jornal do Piauí desta terça-feira (28) novas imagens do depoimento de Clewilson Vieira Matias, o Chiê, no hospital Areolino de Abreu. Suspeito de tirar a vida de cinco pessoas em outubro de 2014 no interior do Piauí, ele é avaliado para saber se foi acometido por um surto psicótico durante a chacina. Se a alegação da defesa tiver amparo médico, o Ministério Público deverá pedir um novo exame de sanidade mental.
Foto: Arquivo Cidade Verde/Raoni Barbosa
A morte de cinco pessoas no povoado Palmeira de Cima, em São Miguel do Tapuio (PT), teve repercussão nacional. Nos trechos exibidos nesta terça-feira, Chiê declara arrependimento apenas pela morte de Cláudio Barros de Oliveira, seu compadre, e afirma não ter tido controle sobre a arma que usou. "Quando eu apontava a arma as balas saiam", declarou.
O mesmo arrependimento Chiê não demonstra ao falar da esposa. Ele confessa ter mantido a mulher no quarto por 15 minutos para que ela confessasse ter um caso com o vizinho. Mas ele não esperou a resposta. "Ela quis falar e eu falei: agora não dá mais tempo."
Clewilson Matias afirmou ter bebido conhaque e jogado baralho no dia do crime. Ele recorda de ter passado três dias "muito alegre".
A reportagem da TV Cidade Verde falou por telefone com o promtoor Ricardo Trigueiro, que acompanha o caso. Ele afirmou que caso se confirme a avaliação de insanidade mental, deverá pedir a repetição do exame.
Prisão "perpétua"
Convidado especial do Jornal do Piauí para comentar o caso, o advogado Leôncio Coelho afirmou que Chiê ficará pelo resto da vida no manicônio judicial caso a insanidade mental seja comprovada. "Enquanto ele não estiver curado, ele não será reinserido na sociedade", declarou. "Me aponte, sociedade, um ex-louco."
O advogado ainda comentou o pedido de exame de sanidade feito pela defesa do suspeito. "Com todo respeito a defesa, é um tiro no pé. (...) Eu costumo dizer que as penitenciárias brasileiras são a antissala do inferno. O manicômio é o próprio inferno".
Fábio Lima
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