O Piauí é o estado com maior incidência de casos da síndrome Guillain-Barré, proporcional à população, no Nordeste. O percentual é 0,90 casos para 100 mil habitantes, com o registro de 30 em números absolutos.
Em Pernambuco, foram registrados 64 casos, porém ao fazer a proporção em relação ao número de habitantes, o percentual é de 0,69 para 100 mil habitantes. Na Bahia, onde os 50 casos preocupam autoridades, a proporção é de 0,33 para cada 100 mil.
Para o neurologista Marcelo Adriano, da Vigilância Epidemiológica de Teresina e do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, essa maior incidência no Piauí se deve ao fato de que desde 2013, o número de casos já são registrados, enquanto que nos outros estados só passaram a se preocupar com o aumento do número de viroses como a Dengue, Zyca e Chicungunya.
“Talvez, na realidade o estado registra melhor os casos, porque enquanto a maior parte estados começou a tabular esses casos agora, a partir dessa onda de viroses, o Piauí já faz isso desde 2013, então é natural que nós tenhamos um sistema mais sensível. E o monitoramento foi reforçado no ano passado com o primeiro caso de febre do Nilo do país, registrado aqui, já que a síndrome Guillain-Barré é uma das manifestações da febre do Nilo, por isso termina registrando muitos casos”, explica o médico.
Segundo ele, a síndrome é uma doença complexa que pode ser tratada nos hospitais de referência em Teresina: Hospital de Urgências de Teresina (HUT), Hospital Getúlio Vargas (HGV), Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella e Hospital Universitário e nos hospitais particulares.
O especialista acredita que o pico da doença já aconteceu, pois as chuvas diminuíram e o número de transmissões da doença pela picada dos mosquitos.
“Temos observado que o pico do número de casos já foi alcançado com a redução das chuvas, da proliferação de criadouros de mosquito e da transmissão das doenças pela picada dos mosquitos. Claro que continuamos tendo viroses respiratórias e outras, mas viroses que aparece febre e sintomas relacionados à dengue, zyca tem diminuído”, destaca o neurologista, afirmando que a melhor coisa a se fazer é prevenir a doença e isso só acontece com a eliminação dos focos dos mosquitos.
O que é Síndrome de Guillain-Barré?
A síndrome de Guillain-Barré é uma das mais preocupantes e compromete a força, a sensibilidade dos braços e pernas- o paciente pode deixar de caminhar- e até mesmo da musculatura respiratória.
Caroline Oliveira
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