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Sindicato confirma uso de choques no CEM e Defensoria ameaça interdição

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A morte de mais dois adolescentes internos do Centro Educacional Masculino (CEM), reacendeu discussões e polêmicas sobre a situação atual em que se encontram os servidores e os internos. Pais dos dois jovens denuncias que agressões e até uso de choques elétricos são comuns no local e o presidente do Sindicato dos Servidores da Sasc, Francisco Pires, confirmou a prática e acrescentou que este é o "sistema" utilizado no local desde a sua criação.

"O que foi falado por essas mães acontece na verdade. Eu como parte do sindicato já trabalhei no CEM e conheço o sistema. Lá é complicado, a lotação está máxima, e chegamos a ficar com 30 adolescentes para um educador e isso é absurdo", afirmou o sindicalista.

A Defensoria Pública do Estado já se manifestou sobre o assunto e declarou que entrará com uma Ação Civil Pública que pede medidas urgentes no local, ameaçando até a interdição, caso não hajam mudanças. "Estamos tratando de uma situação limite", enfatizou a defensora Aline Patrício.

Durante entrevista ao Jornal do Piauí desta segunda-feira (21), o presidente do sindicato acrescentou que não apenas internos sofrem ameaças de colegas no local, servidores são alvo constante de ameaças e agressões por parte dos adolescentes. "Educador lá é saco de pancadas. Eles jogam urina, água, xingam. Fazem o que querem. Nós questionamos a falta de estrutura no trabalho e também os baixos salários, porque é uma falta de respeito ir a um trabalho daquele, sem saber se você volta por mil reais", desabafa o presidente.

Francisco conclui, afirmando que a demanda do sindicato já foi comunicada à secretaria responsável, mas cobra que o CEM seja inteiramente reformado. "Esperamos uma reforma completa para que ele funcione da melhor maneira possível como manda a lei, porque fazendo gambiarra, não dá pra funcionar", alertou o sindicalista.

Rayldo Pereira
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