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Sindicância vai ouvir 15 pessoas por suspeita de facilitação de fugas na Irmão Guido

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O diretor executivo da Secretaria de Justiça, Carlos Edilson Araújo, informou que pelo menos 15 pessoas, entre agentes penitenciários e policiais militares, serão ouvidos na sindicância que apura a facilitação de fugas na Penitenciária Irmão Guido, em Teresina. Detentos recapturados após escaparem do presídio denunciaram, na última sexta-feira (25), a existência de "plantões mancos".

De acordo com o diretor, serão ouvidos todos que foram apontados como integrantes dos plantões em que houve a maior incidência de fugas de presos. Um relatório da Secretaria de Justiça revelou que as últimas quatro fugas ou tentativas de fuga na penitenciária Irmão Guido ocorreram sempre no plantão composto pelos menos profissionais.

A conclusão da investigação deve acontecer nos próximos 45 dias. Caso seja comprovada a participação ou omissão dos agentes diante das ações dos detentos, estes podem responder criminal e administrativamente e, inclusive, ser afastados permanentemente de suas funções. O diretor anunciou ainda melhorias na penitenciária com o objetivo de conter as fugas. 

"Nos próximos dias a secretaria vai implementar reformas, como a colocação de cerca elétrica, para solução desse problema. Já há um projeto de reforma da unidade e o setor administrativo a e cozinha já foram reformados. Em seguida vamos adentrar na unidade e reformar os alojamentos", disse. 

sindicato dos agentes penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) reagiu às informações ainda na sexta-feira (25) e declarou que as denúncias contra agentes, por parte dos presos, ocorreram porque foram adotadas posturas mais rídigidas dentro daquela unidade prisional. 

"A Irmão Guido estava com problema no inicio deste ano e houve uma intervenção. Lá tinha televisão, ventilador, celular, estava uma desordem. Um agente assumiu e adotou regras mais duras. O que tinha eram regalias e elas foram retiradas", declarou Vilobaldo Carvalho, diretor jurídico do sindicato. 

Os agentes denunciaram ainda a precariedade da estrutura do presídio e destacaram que os problemas são os responsáveis pela facilidade de fuga do local. 

"Toda e qualquer fuga tem que ser apurada. Estão denegrindo a imagem dos agentes como se o plantão fosse culpado. Por que a Sejus nunca mudou o plantão, se a culpa é do plantão? A culpa e na estrutura e na falta de agentes. Eles [os detentos] arrancam o chão facilmente, cavam e fogem", declarou o diretor. 

A investigação teve início depois que 15 detentos fugiram da Irmão Guido por um buraco que dava acesso à rede de esgoto e em seguida escalaram o muro com uma corda improvisada feita de lençóis, na última quinta-feira (25). Três presos já foram capturados. Eles denunciaram a existência da facilitação das fugas. 

 

Maria Romero
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