Cidadeverde.com

Fundação Municipal de Saúde analisa 213 crianças com suspeita de hanseníase

Imprimir

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) detectou manchas suspeitas no corpo de 213 crianças e adolescentes até 15 anos das escolas públicas municipais. A preocupação é que essas manchas sejam hanseníase e por isso elas irão passar pela avaliação de dermatologistas da Prefeitura.

A fundação chegou às crianças através de uma campanha com cerca de 40 mil crianças, com 237 escolas. 

“Nós enviamos um formulário pelos alunos para os pais responderem, com diversas perguntas que possam levar a um diagnóstico. Das 40 mil crianças, 2.330 voltaram com indicativo de manchas e foram avaliadas pelos médicos do Programa Saúde da Família (PSF) e destas 213 ficaram para serem avaliadas mais especificamente pelos dermatologistas”, informou o coordenador de Hanseníase da FMS, Kelson Eulálio.

O coordenador informou ainda que a previsão é que a maioria dos resultados dê negativo para hanseníase. “No ano passado só identificamos nove casos da doença em menores de 15 anos e em 2013, três casos”, afirmou. 

A campanha tem sido bastante aceita pelas famílias e a investigação, quando a suspeita, também. Ao ser detectada a hanseníase, as pessoas próximas também serão avaliadas, já que é uma doença contagiosa e provavelmente a criança foi contaminada por alguém que também está com doença e que teve contato prolongado com ela. 

HANSENIASEO QUE É?

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Foi descoberta em 1873 por um cientista chamado Hansen, o nome dado a ela é em homenagem ao seu descobridor. Entretanto, esta é uma das doenças mais antigas já registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo.

A doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, e há várias campanhas para a erradicação na doença. Os países com maiores incidência são os menos desenvolvidos ou com condições precárias de higiene e superpopulação. Em 2011, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 33 mil casos da doença.

A transmissão do M. leprae se dá através de contato íntimo e contínuo com o doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente.

Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O período de incubação é prolongado, e pode variar de seis meses a seis anos.

SINTOMAS
A hanseníase acomete primeiro a pele e os nervos periféricos, e pode atingir também os olhos e os tecidos do interior do nariz. O primeiro e principal sintoma são o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos.

Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área.

Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos; e pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.

 

Caroline Oliveira
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais