O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça as primeiras 16 pessoas suspeitas de crimes investigados pela Operação Zelotes, entre eles o ex-diretor da Fundação Cultural do Piauí, Halysson Carvalho.
A Operação Zelotes investiga a manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Os suspeitos foram denunciados pelos crimes de extorsão, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Halysson Carvalho foi denunciado por suposta prática de extorsão. Ele é apontado pelas investigações como um dos nomes destacados para tentar extorquir um empresário do grupo Caoa, após o mesmo ter se recusado a pagar pela aprovação de uma Medida Provisória.
Em documento divulgado pelo site do jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira (30), cita supostas ameaças promovidas pelo ex-gestor piauiense, inclusive voltadas para a família de um dos envolvidos. O valor cobrado era de 1,5 milhão de dólares.
A denúncia cita que Halysson Carvalho foi reconhecido na prisão por Mauro Marcondes, um dos empresários que teriam sido alvo da chantagem.
Na semana passada, a relatora da CPI do CARF, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), pediu o indicamento de 28 pessoas, mas deixou o ex-gestor piauiense de fora da lista. Halysson Carvalho chegou a depor no Senado e negou ter envolvimento com os crimes investigados pela Operação Zelotes. Segundo ele, os e-mails com as ameaças investigadas não foram enviados de uma conta de correio eletrônico sua.
O MPF pediu que os investigados, exceto Halysson Carvalho e outros três suspeitos, reparem os cofres públicos em R$ 879,5 milhões.
Fábio Lima
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