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Decisão sobre venda da Eletrobras Piauí é retirada de pauta por acionistas

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A privatização da Companhia Energética do Piaui (Cepisa), foi retirada da pauta da assembleia geral convocada na tarde desta segunda-feira (28) no Rio de Janeiro. Por solicitação do acionista controlador foram retiradas da pauta de votação o início das providências imediatas para a venda do controle acionário da empresa no Piauí. A Eletrobrás controla a concessão de energia no Piauí desde 1997, quando a Cepisa foi federalizada. 

A distribuidora do Piauí, atua com a concessão vencida desde julho, por estar inadimplente com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que centraliza os pagamentos e recebimentos entre as empresas do setor. Segundo a agência Reuters,  a CCEE já encaminhou à Aneel um pedido de desligamento do mercado da Cepisa. 

Porém na assembleia de hoje, também foram retiradas da pauta a prorrogação da concessão da CEPISA e as medidas a serem tomadas até o final de 2016 para o aumento de capital nas seis distribuidoras de energia citadas na assembleia.

O edital de convocação dos acionistas foi divulgado na última quinta-feira (26). E foram retiradas da pauta a venda do controle da Celg D e a proposta para venda de outras empresas controladas pela Eletrobras. São elas, a Companhia Energética do Piauí (Cepisa), Companhia Energética do Alagoas (Ceal), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa Vista Energia e Amazonas Distribuidora de Energia. No entanto, o acionista controlador solicitou que fossem retiradas da pauta a proposta para venda destas outras companhias.

Perdas da Eletrobras

A venda das distribuidoras vem sendo cogitada pela estatal desde 2013 como medida para reduzir custos. A Eletrobras informou na época que vem passando por um processo de diminuição de gastos e melhoria da eficiência para se adaptar à nova realidade do setor elétrico brasileiro, após ter renovado concessões de geração e transmissão de energia de forma antecipada e onerosa, o que levou à redução da receita anual do grupo em cerca de R$ 8,7 bilhões.

Segundo dados divulgados pela InfoMoney, a Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 4,01 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 45% na comparação com as perdas do mesmo período no ano passado.

A estatal Eletrobras estima que suas distribuidoras de energia elétrica que atendem Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas precisarão de uma capitalização de R$ 3,3 bilhões em 2016 para atender metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não perder a concessão, segundo a agência Reuters.

O número aparece em documento no qual a estatal diz que o aporte deve ser feito pelo governo federal "diretamente nas distribuidoras a partir de 2016, mediante cessão do direito de preferência para subscrição de capital pela Eletrobras em favor da União, a fim de evitar aumento de capital na Eletrobras, com risco de diluição dos acionistas minoritários da Eletrobras que não desejarem acompanhar o referido aumento".

Rayldo Pereira
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