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Em áudio, adolescente conta como aconteceu morte e linchamento na zona Leste

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Uma adolescente de 15 anos se tornou uma das principais testemunhas de dois homicídios ocorridos na noite de ontem (28). Em áudio veiculado no Jornal do Piauí desta segunda-feira (29), a garota conta como aconteceu a morte do gráfico Edilson Brito Oliveira, 54 anos, morto ao reagir a uma tentativa de assalto, e do jovem Diego Martins, 19 anos, linchado por populares no bairro Pedra Mole, zona Leste de Teresina.

O crime aconteceu por volta das 20h. Edilson Oliveira estava em um aniversário quando Diego Martins e a adolescente chegaram ao local e o jovem anunciou o assalto. "Ele pediu para todo mundo botar a mão na cabeça e os celulares em cima da mesa, dinheiro, tudo que o pessoal tinha. Tinha um moço lá que colocou a cadeira e ficou dizendo 'vem, tu não se garante na mão não? ' e ele (Diego) disse 'tu cala tua boca' com o ferro (com a arma na mão)", conta a adolescente.

De acordo com o relato da garota, quando Diego Martins estava ligando a moto para sair do local, Edilson Oliveira saiu e desafiou novamente o criminoso. "Ele disse 'bora moleque, tu não se garante no murro não? ' e o Diego disse 'cala a boca mermão' e deu um tiro nele, o cara caiu e ainda estava vivo e parece que ia partir de novo para cima dele, aí ele deu outros tiros e ficou sem munição na arma", disse.

"Chegou um cara lá, pegou um ferro ou um pau e bateu na cabeça dele, do Diego, aí a moto caiu por cima dele e ele disse 'corre, corre, vai embora' e eu fui. O pessoal ficou lá tacando pedra nele e eu não sei onde está o ferro (a arma)", afirmou a adolescente.

O 5º Batalhão da Polícia Militar reforçou o policiamento na área por temer que os envolvidos no linchamento sofram alguma retaliação pela morte de Diego Martins, que já era conhecido por envolvimento em diversos assaltos.

A Delegacia de Homicídios está investigando o caso e pretende encontrar os autores. "Vamos investigar e vamos identificar e elas vão responder pelo fato. É um homicídio e os que participaram, todos vão responder na medida de sua responsabilidade. Não podemos voltar ao princípio da justiça com as próprias mãos. Sei que a população anda indignada, mas não podemos também fazer à moda antiga e se comparar a um criminoso. Não podemos cometer um crime para reparar outro", declarou o delegado Francisco Costa, o Bareta.  

Lucas Marreiros (Especial para o Cidadeverde.com)
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